Revista Amazônia, em 10/06/2013
Um novo acelerador de elétrons de terceira geração está com início de sua construção prevista para 2013, no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas, São Paulo. Denominado Sirius, a máquina é capaz de emitir radiação com maior brilho e gerar imagens com mais resolução que o atual, de segunda geração.
De acordo com o diretor do LNLS, Antonio José Roque da Silva, além da vantagem tecnológica, o equipamento poderá servir como ímã para atrair cientistas de renome mundial como a israelense Ada Yonath – vencedora do Nobel de Química em 2009 por seu trabalho sobre a estrutura e a função dos ribossomos – ou o americano Brian Kobilka – premiado em 2012 pela descoberta de um novo receptor celular.
- “Será uma facilidade aberta que atenderá às mais diversas áreas da ciência, desde medicina, biofísica, biotecnologia, biologia molecular e estrutural, até paleontologia, ciências dos materiais, agricultura e nanotecnologia. Se o equipamento estiver realmente no estado da arte, vai atrair pesquisadores de ponta de todo o mundo”, comenta o diretor.
Sobre o acelerador, o diretor do LNLS explicou que a energia final dos elétrons será mais do que o dobro da atual e também ampliará sua faixa de alcance para os raios X duros (o penúltimo no espectro eletromagnético, atrás dos raios gama). Isso permitirá penetrar estruturas mais espessas. Com o novo acelerador será possível, por exemplo, gerar imagens tridimensionais de uma célula e de suas organelas.
- “Hoje, ao estudar as propriedades do aço, por exemplo, só é possível penetrar na camada mais superficial do material. Com o novo acelerador conseguiríamos atingir de fato o volume e aprender como os átomos estão organizados”. explica o diretor.
O Sirius, com preço estimado em R$ 650 milhões, deverá estar 100% concluído em 2016. Até o momento já foram investidos R$ 55 milhões provenientes do MCTI. Além do órgão federal, o projeto conta com o apoio do governo do Estado de São Paulo, que concederá um terreno de 150 mil metros quadrados onde será construído o acelerador.
Fonte: ECOEM