Por Serrapilheira em 29/05/2020
LINK: https://serrapilheira.org/3a-chamada-publica-de-apoio-a-ciencia-seleciona-23-jovens-pesquisadores/
O Instituto Serrapilheira anunciou nesta sexta-feira (29) um investimento de R$ 2,3 milhões em jovens cientistas. Os 23 pesquisadores selecionados pela 3ª Chamada Pública de Apoio à Ciência vão receber até R$ 100 mil, cada, para investir em seus projetos nas áreas de ciências naturais, ciência da computação e matemática. Com o novo aporte, o Serrapilheira chega a R$ 31,3 milhões investidos em ciência em 3 anos.
“A importância do investimento na pesquisa básica ficou ainda mais evidente na pandemia de Covid-19”, afirma o diretor-presidente do Serrapilheira, Hugo Aguilaniu. “A ciência está em ação neste momento para entender a velocidade do contágio, nossa resposta imunológica e desenhar estratégias para diminuir o impacto do novo coronavírus. Este é o resultado de décadas de investimento em ciência fundamental.”
Os cientistas selecionados serão reavaliados após um ano. Até 3 deles serão escolhidos para receber o apoio de R$ 1 milhão (R$ 700 mil – mais bônus de R$ 300 mil destinado à integração e à formação de pessoas de grupos subrepresentados na ciência) por 3 anos.
“O processo seletivo foi especialmente desafiador diante da pandemia de Covid-19”, afirma a diretora de Ciência do Serrapilheira, Cristina Caldas. “Ele aconteceu em um momento em que os revisores estavam fechando seus laboratórios, interrompendo experimentos e reajustando suas agendas, o que nos levou a prorrogar o prazo por um mês.” O painel de revisores das chamadas é internacional, composto por cientistas atuantes em diversos países.
Como parte da rede do Instituto, os selecionados também terão acesso a treinamentos, eventos de integração e iniciativas de colaboração, sempre pautados pelos valores da ciência aberta e diversidade na ciência.
“Poder apoiar jovens cientistas em um momento especialmente difícil como esse nos traz um novo ânimo”, completa Caldas. “Como a ciência ganhou mais atenção na pandemia, torcemos para que esse investimento na pesquisa brasileira possa representar uma certa esperança para as pessoas.”
Confira os pesquisadores selecionados:
Ciência da computação
Rodrigo Barros – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (RS)
IA para o bem-estar social: construção de redes neurais justas, explicáveis, resistentes a fatores de confusão e com supervisão limitada
Ricardo Cerri – Universidade Federal de São Carlos (SP)
Evolução automática de redes neurais profundas
Igor Dantas dos Santos Miranda – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (BA)
Supersensores minimalistas: algoritmos e arquiteturas de hardware para arranjos de sensores de 1 bit
Ciências da vida
Cecilia Andreazzi – Fundação Oswaldo Cruz (RJ)
Ecologia de meta-comunidades de doenças: movendo do efeito diluidor para paisagens diluidoras
Frederico Henning – Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ)
A evolução é previsível? Sobre as causas proximais da convergência evolutiva e suas relações com a origem da biodiversidade
Ricardo Martinez Garcia – Instituto Sul-Americano para Física Fundamental/ ICTP-UNESP (SP)
Compreendendo a ecologia e evolução de comportamentos sociais microbianos em ambientes turbulentos: cooperação como um estudo de caso
Tiago Gräff – Fundação Oswaldo Cruz (BA)
Identificação de vírus neuroinvasivos em casos de encefalite aguda no nordeste do Brasil
Fabio Gomes – Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ)
Efeito de malnutrição em vertebrados na competência vetorial de Aedes aegypti
Danilo Neves – Universidade Federal de Minas Gerais (MG)
Evolução de nicho em biomas tropicais e suas consequências
Vania Pankievicz – GoGenetic (PR)
Entendendo o papel do microbioma no fluxo de nitrogênio de solos sustentáveis, acoplando sequenciamento de DNA e estudo de isótopo estável 15N
Angelica Vieira – Universidade Federal de Minas Gerais (MG)
Alterações na microbiota intestinal contribuem para a seleção e disseminação de resistência antimicrobiana
Eduardo Zimmer – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (RS)
As origens da vulnerabilidade e resistência à neurodegeneração em mamíferos
Física
Farinaldo Queiroz – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (RN)
O Universo é escuro
Alexandre Bergantini de Souza – Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (RJ)
Investigação em laboratório sobre a síntese de moléculas orgânicas complexas por radiação ionizante no meio interestelar
Daniel Valente – Universidade Federal de Mato Grosso (MT)
Princípios físicos do comportamento vivo
Geociências
Fabricio Caxito – Universidade Federal de Minas Gerais (MG)
Projeto MOBILE: cadeias de montanhas e o aparecimento de vida complexa na Terra
Fernanda Gervasoni – Universidade Federal de Goiás (GO)
Voláteis e sua influência no manto terrestre abaixo da região Centro-Oeste do Brasil registradas em inclusões de minerais primários e acessórios em rochas alcalinas
Renata Nagai – Universidade Federal do Paraná (PR)
O passado do Oceano Atlântico Sudoeste e perspectivas sobre as mudanças climáticas futuras
Matemática
Matías Delgadino – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (RJ)
Descrições estatísticas de longo tempo de sistemas de partículas em interação e flutuações em torno de seu limite termodinâmico
Jethro van Ekeren – Universidade Federal Fluminense (RJ)
Teoria de representações de álgebras de vértices
María Salazar – Universidade Federal Fluminense (RJ)
Grupóides e algebróides de Lie: teoria estrutural e aplicações
Química
Taicia Fill – Universidade Estadual de Campinas (SP)
Resgatando a citricultura brasileira do greening: uma estratégia para desarmar o vilão
Murilo Santhiago – Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (SP)
Compreendendo defeitos químicos no plano basal de materiais 2D em direção a reação de evolução de hidrogênio
Sobre o Serrapilheira
Criado em 2017, o Instituto Serrapilheira é a primeira instituição privada, sem fins lucrativos, de fomento à ciência no Brasil. Foi fundado para valorizar o conhecimento científico e aumentar sua visibilidade, contribuindo para a construção de uma cultura de ciência no país. O instituto atua em duas frentes: Ciência e Divulgação Científica. Desde sua criação, o instituto já apoiou 98 pesquisadores e 34 projetos de divulgação científica.