Portal da Unicamp, em 04/04/2014
Integrar a ciência com benefícios comerciais para o desenvolvimento de um processo científico e técnico a fim de identificar novas drogas comercialmente interessantes. É o que espera o vice-presidente sênior para pesquisa e chefe do Escritório de Tecnologia da Georgetown University, Spiros Dimolitsas, durante a reunião The Comprehensive Drug Discovery & Development Initiative – CD3I, realizada em São Paulo de terça (1) até esta sexta-feira (4). A assessora da Pró-Reitoria de Graduação e representante da Vice-Reitoria Executiva de Relações Internacionais (Vreri), Laura Ward Sterian, representou a Unicamp.
O projeto deverá utilizar vários modelos e técnicas computacionais para identificar compostos clinicamente interessantes e predizer sua eficácia e segurança, tendo ainda como aliados os supercomputadores, máquinas capazes de realizar bilhões de cálculos por segundo e que chegam a custar milhões de dólares.
Além de Laura Sterian, participaram do encontro os professores Glaucius Oliva (CNPq), Leonardo Dias de Santana e Patricia Helena Vicentini (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI), um representante do LNBIO (Brazilian Biosciences National Laboratory), Anatha Krisnhnan (Lawrence Livermore National Laboratory, Renato Amorim (Merck), Salim Shah (Georgetown University Medical Center), Christopher Agostini (Georgetown University), Howard J. Federoff (Georgetown University Medical Center) e Spiros Dimolitsas.
Anatha Krisnhanan comentou sobre o Acelerador de Espectometria de Massa (AMS) do órgão ao qual está ligado. Ele disse que este acelerador é capaz de precisar quantitativamente isótopos raros, de longa vida. Segundo Anatha, poderá ter importante aplicação na detecção de concentrações menores que as fantomolares, que serão usadas para testar novas drogas diretamente em pacientes, sem a necessidade de passar por uma fase de experimentação em humanos saudáveis.
Anatha mostrou o ICHIP (Integrated Physiologically Relevant Human Model), modelo de trabalho em 3D que pode reproduzir a resposta fisiológica a diferentes drogas ou a diferentes estímulos diretamente em tecidos humanos.
Durante a reunião, o professor Glaucius falou da possibilidade de financiamento deste projeto colaborativo pelo CNPq e Fapesp. Também mencionou a necessidade de criar um laboratório primário (sede). A esse respeito, Laura Sterian propôs o nome do Parque Tecnológico da Unicamp, ressaltando a localização estratégica e a possibilidade de pesquisas conjuntas entre essa Universidade e o LNBIO. A ideia foi bem-recebida.
Laura Sterian perguntou o papel brasileiro na parceria, visto que toda tecnologia parece já estar disponível e funcionante na Georgetown e nas suas parceiras. Spirros respondeu que os pesquisadores brasileiros participariam de todas as etapas, na identificação de novas drogas e também no teste de sua aplicabilidade. “A diversidade étnica dessa população pode favorecer o desenvolvimento e teste de novos compostos terapêuticos ou de investigação diagnóstica”, disse Glaucius. Ficou combinada uma nova visita à Unicamp e ao LNBIO.