Embrapa, em 12/06/2013
Com o objetivo de discutir oportunidades de trabalhos em conjunto, a comitiva britânica se encontrou hoje com a diretoria da Embrapa. Durante a reunião, os representantes do Reino Unido apresentaram seus interesses em relação ao Brasil, que estão direcionados à segurança alimentar e às mudanças climáticas. Mais especificamente, discutiram as possibilidades de aprofundar a pesquisa da cultura de trigo e aumentar a assistência aos países africanos.
Segundo o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, há um interesse de se construir um fundo em conjunto para o desenvolvimento de pesquisas com recursos do Reino Unido e da Embrapa, para apoiar pesquisadores britânicos e brasileiros em projetos de interesse comum. Para Lopes, essa aproximação é bastante interessante para o Brasil, já que o Reino Unido desenvolve ciência de alta qualidade e tem expertise na ciência para o trigo, fato reforçado pelo chefe do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Celso Moretti. Por outro lado, o governo britânico vê no Brasil um importante parceiro para resolução de problemas de segurança alimentar no mundo, principalmente nos países em desenvolvimento.
O pesquisador Alexandre Amaral, que desde 2010 está no instituto Rothamsted Research, primeiro posto do Labex Europa (laboratório virtual da Embrapa) no Reino Unido, esclarece que a relação entre os países não é recente: “A novidade são os novos mecanismos de fortalecer essa cooperação. Estão sendo negociadas chamadas conjuntas para desenvolvimento de projetos em parceria, o que pode fortalecer as colaborações que já existem e reforçar novas iniciativas”.
Amaral destaca ainda a importância desse evento: “Essa é a primeira visita internacional de toda a diretoria do BBSRC. Isso nunca aconteceu em nenhum outro centro de pesquisa no mundo e é um marco dessa colaboração entre a Embrapa e os institutos de pesquisa do Reino Unido”.
O Reino Unido no Brasil
Uma questão apresentada pelo Reino Unido é o interesse em enviar seus cientistas para conhecerem mais de perto a experiência da Embrapa com o desenvolvimento da agricultura tropical. Sobre esse ponto, Steve Visscher, chefe-executivo adjunto da BBSRC, disse que eles estão buscando oportunidades para expandir sua área agrícola e suas indústrias, não só para produção de alimentos, mas também para culturas destinadas à produção de energia, química verde, plásticos feitos a partir de biomassa, e nesse sentido, ele acredita que a larga experiência da Embrapa pode contribuir muito para seus objetivos.
Sobre sua visita ao Brasil, Visscher afirma: “Está sendo muito proveitosa para fortalecermos contatos anteriores e aprofundarmos a relação com o Brasil por meio de programas de pesquisa colaborativos. E ficamos muito animados com a resposta positiva do presidente da Embrapa quanto às nossas intenções de desenvolver trabalhos mais próximos com essa instituição”.
Agenda britânica
Durante esta semana, a delegação britânica visitou Embrapa Agroenergia, onde conheceu os trabalhos de conversão de biomassa em biocombustíveis e em itens de maior valor agregado, como produtos químicos, seguindo a lógica das biorrefinarias. Já na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, visitou os laboratórios onde são desenvolvidas pesquisas para controle de insetos-praga e mosquitos transmissores de doenças por técnicas de engenharia genética e controle de pragas a partir do uso de inimigos naturais dos insetos.
Na Embrapa Cerrados, obteve informações sobre a agricultura no bioma Cerrado, suas características e resultados ao longo dos anos, em termo de produtividade, e visitou áreas experimentais de café irrigado e de integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Ainda tiveram acesso a informações sobre cultivos de trigo, cana-de-açúcar e de soja tolerantes à seca.
Em Brasília, os britânicos também se encontraram com representantes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Universidade de Brasília (UnB). Daqui, seguem para Campinas, com uma extensa agenda de compromisso com outras instituições de pesquisa: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Embrapa Informática, Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS ), Embrapa Meio Ambiente, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Universidade de São Paulo (USP) e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (INCT-Bioetanol).
Juliana Miura – Jornalista (MTb 8570/99-DF)
Secretaria de Comunicação da Embrapa
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Colaboração: Fernanda Diniz, Juliana Caldas e Vivian Chies