Portal do MCTI em 31/05/2012
Na comemoração dos 25 anos do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), nesta quinta-feira (31), em Campinas (SP), o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, confirmou que a Petrobras deverá apoiar a construção de Sirius, a nova fonte brasileira de luz síncrotron. “Os entendimentos estão avançados. Só falta a autorização da Agência Nacional de Petróleo [ANP]”, afirmou Raupp.
Há negociações igualmente avançadas com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e conversas iniciais com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). “No dia 30 de maio, aniversário de 50 anos da fundação, afirmei em meu discurso que um dos projetos em cooperação do ministério com o estado deveria ser Sirius”, disse. “A Fapesp tem sido parceira do MCTI em várias iniciativas como, por exemplo, a de aquisição do supercomputador para o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos [CPTEC], do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais [Inpe]”.
Sirius, de acordo com o ministro, é prioridade do MCTI e contará com recursos orçamentários da pasta. A construção está orçada em R$ 467 milhões. O projeto consiste numa fonte com 3,0 giga elétron-volts (GeV) de energia e muito mais brilho que a atual. Isso abrirá novos horizontes para as técnicas de caracterização de materiais, já que permite, por exemplo, o uso de raios X com micro e nano focalização.
Das 45 fontes síncrotrons em operação no mundo, 15 são de terceira geração. Com desempenho equiparado ou superior a essas novas fontes, Sirius vai proporcionar a competitividade do Brasil em áreas estratégicas de pesquisa como nanociências, biologia molecular estrutural – base para o desenvolvimento de fármacos –, materiais avançados e energias alternativas. Os vencedores do Nobel de Química em 2009 usaram um acelerador dessa categoria para desvendar a estrutura molecular do ribossoma, organela celular que catalisa a tradução do código genético para proteínas.
Marco Antonio Raupp sublinhou que a estrutura ampliará as oportunidades de pesquisas desenvolvidas pelos laboratórios nacionais de Biociências (LNBio), de Nanotecnologia (LNNano) e de Bioetanol (CTBE), instalados no mesmo campus. Os quatro laboratórios – LNLS, LNBio, LNNano e CTBE – , abertos à comunidade científica e empresarial, integram o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).
Comemoração
Os 25 anos do LNLS estão sendo comemorados com uma série de colóquios que resgatam a história da construção da atual fonte Síncrotron e traçam perspectivas para o futuro. Neste primeiro, os primeiros anos de implantação do projeto foram lembrados por um dos principais idealizadores do LNLS, Rogério Cerqueira Leite, pelo coordenador do projeto da atual e da futura fonte Síncrotron, Ricardo Rodrigues, e pelo diretor científico da instituição, Yves Petroff, que também identificaram os principais desafios do novo empreendimento. Os futuros colóquios tratarão dos temas “Desafios técnicos e de gestão”, “Gargalos do financiamento” e “LNLS: os próximos 25 anos”.