Do Bolsas de Verão ao Futuras Cientistas, imersões de estudantes marcam início de 2023 no CNPEM
Nos meses de janeiro e fevereiro de 2023 o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) recebeu estudantes de nível Médio e Superior para passarem as férias de forma diferente. Dois programas de imersão científica e tecnológica foram destaque no período: o Bolsas de Verão (PBV) e o Futuras Cientistas. Somados, os Programas reuniram cerca de 55 jovens, que puderam se inspirar no dinâmico ambiente do CNPEM e tiveram a oportunidade de realizar projetos sob orientação de especialistas e pesquisadores dos Laboratórios Nacionais e da Ilum.
As imersões iniciaram logo em 6 de janeiro, com a recepção dos 32 estudantes selecionados no Bolsas de Verão, dentre 1026 inscritos de todo o Brasil e de vários países da América Latina e Caribe. Nesta edição, tivemos bolsistas representando 19 estados brasileiros e o Distrito Federal e 5 países latino-americanos: Chile, Colômbia, Equador, México e Venezuela.

Bolsistas de Verão mostram as bandeiras de seus respectivos estados e países
A estudante colombiana de engenharia biomédica pela Universidade Militar Nueva Granada, Sofia Valentina Machado Lozano, 20 anos, conta que foi uma “explosão de emoções” saber que foi selecionada para o PBV. Até então ela nunca havia viajado para fora da Colômbia e comenta que a experiência tem sido muito gratificante. “Desde o início meus orientadores têm sido muito amáveis e querem me ensinar tudo que sabem”, diz.
O projeto de Sofia no Bolsas de Verão é relacionado ao uso de substratos celulósicos para a criação de produtos competitivos em diferentes áreas. Segundo a estudante, com esse trabalho ela poderá seguir com sua tese iniciada na universidade, na área de engenharia de tecidos. “Estar aqui me garantiu ganhar muita experiência. (…) Além de ajudar na minha tese e no meu trabalho na universidade, num futuro próximo vou poder criar um projeto interessante na área de engenharia de tecidos, que é o que mais me interessa”, afirma.
Gabriel Marcos Rodrigues Barbosa, 22, estudante do último ano de Física, pelo Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), também ressalta a interdisciplinaridade do Bolsas de Verão como uma vantagem. “São vários desafios e vários aprendizados”, conta, “já montei câmara de vácuo, aprendi sobre usinagem, visitei os túneis do acelerador [Sirius]… Está sendo uma experiência muito ampla de conhecimento não só científico, como também cultural, por estarmos convivendo com pessoas de vários outros lugares do Brasil e de outros países também da América Latina”.
Durante o PBV, Gabriel recebeu o desafio de trabalhar com silício monocristalino, em especial, para ensaios de resistência mecânica e de condutância térmica no contato com cobre, com apoio de grupos da Engenharia do CNPEM. Pela primeira vez visitando o sudeste do País, o estudante se sentiu parte da equipe logo de cara. “O fato de estar inserido dentro do trabalho dos pesquisadores, como se eu já fosse um pesquisador; essa imersão e inserção é o que mais me interessou no Programa”, diz.
Promovido pelo CNPEM e realizado desde 1992, o Programa já recebeu mais de 400 estudantes ao longo das 29 edições realizadas até 2020, com o intuito de difundir ciência e estimular jovens estudantes a seguirem carreiras científicas e de desenvolvimento tecnológico. Todos os bolsistas têm as despesas custeadas pelo CNPEM, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Ao completar 30 anos, o Programa teve uma celebração especial, realizada online em 2022, e que está disponível no canal do CNPEM no Youtube.
Para mais informações sobre o Programa Bolsas de Verão, acesse o site: http://pages.cnpem.br/bolsasdeverao.
Futuras cientistas
Em janeiro o CNPEM também recebeu 20 participantes do Programa Futura Cientistas, promovido pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Imersas no ambiente vibrante do Centro, alunas e professoras de ensino Médio tiveram contato com ciência de ponta e executaram nove projetos em diferentes áreas.
A mão na massa incluiu o uso da matemática no processamento de dados gerados pelo Sirius – um dos aceleradores de elétrons mais modernos do mundo, síntese de nanopartículas antibióticas e aplicadas à germinação de sementes, manipulação de materiais renováveis para descontaminação de água, imersões em virologia, análises de propriedades de metais aplicados à engenharia, experimentos aplicados a descoberta de fármacos e contato com processos industriais relacionados à biocombustíveis.

Meninas participantes do Futuras Cientistas são recepcionadas no CNPEM
Uma dessas alunas é Raquel Rodrigues, de 16 anos, que teve o primeiro contato direto com partículas de nanotecnologia. “Estou aprendendo coisas novas com o objetivo de ajudar pessoas direta ou indiretamente”, disse Raquel, que pretende dar continuidade aos estudos científicos.
Professora da rede pública, Tauane Vaccas acompanha as alunas nesta fase inicial. Ela conta que o projeto é uma maneira fácil de divulgar a ciência e incentivar as meninas a seguirem a formação científica. “Aqui no CNPEM, trabalhamos com nanopartículas de prata e sintetizamos para uma atividade microbiana, que é muito importante para divulgar a ciência.”
A pesquisadora do CNPEM, Verônica Teixeira, faz uma análise desse primeiro contato das meninas com as atividades e afirma que é possível meninas e mulheres fazerem ciência no país. “É muito gratificante acompanhar essa dinâmica com as alunas. Elas ficam nos laboratórios e vivenciam o cotidiano científico”, destacou.
Idealizado e realizado desde 2012 pelo CETENE, o Futuras Cientistas é um programa destinado a despertar o interesse e incentivar a participação de meninas e mulheres nas carreiras científicas e tecnológicas. Passados 12 anos, o Futuras Cientistas cresceu e, em 2023, abriu as portas do mundo da ciência para 470 estudantes do Ensino Médio e professoras de escolas públicas em outras unidades de pesquisa do MCTI, como o CNPEM, o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem).
Para saber mais sobre o Futuras Cientistas, acesse: https://www.gov.br/cetene/pt-br/areas-de-atuacao/futuras-cientistas.
Sobre o CNPEM
Ambiente sofisticado e efervescente de pesquisa e desenvolvimento, único no Brasil e presente em poucos centros científicos do mundo, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) é uma organização privada sem fins lucrativos, sob a supervisão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O Centro opera quatro Laboratórios Nacionais e é o berço do projeto mais complexo da ciência brasileira – Sirius – uma das fontes de luz síncrotron mais avançadas do mundo. O CNPEM reúne equipes multitemáticas altamente especializadas, infraestruturas laboratoriais globalmente competitivas e abertas à comunidade científica, linhas estratégicas de investigação, projetos inovadores em parceria com o setor produtivo e formação de investigadores e estudantes. O Centro é um ambiente impulsionado pela pesquisa de soluções com impacto nas áreas de Saúde, Energia e Materiais Renováveis, Agroambiental, Tecnologias Quânticas. A partir de 2022, com o apoio do Ministério da Educação (MEC), o CNPEM expandiu suas atividades com a abertura da Ilum Escola de Ciência. O curso superior interdisciplinar em Ciência, Tecnologia e Inovação adota propostas inovadoras com o objetivo de oferecer formação de excelência, gratuita, em período integral e com imersão no ambiente de pesquisa do CNPEM. Por meio da Plataforma CNPEM 360 é possível explorar, de forma virtual e imersiva, os principais ambientes e atividades do Centro, visite: https://pages.cnpem.br/cnpem360/.