UNICA, 24 de fevereiro de 2018
Sancionada pelo presidente da República em dezembro de 2017, a Política Nacional de Biocombustíveis, mais conhecida como RenovaBio, é aguardada com expectativa pelos agentes do setor de biocombustíveis, especialmente do etanol.
Para esclarecer as mudanças no cotidiano das usinas e dos produtores de cana, a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA) e o Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) realizaram na sexta-feira (23/02), o 1º Encontro Técnico do RenovaBio.
Aproximadamente 300 participantes, entre representantes da cadeia sucroenergética, de entidades de classe, membros da academia, autoridades e gestores públicos, lotaram o anfiteatro do Pavilhão de Engenharia da Esalq (Piracicaba), para discutir e entender melhor o funcionamento do RenovaBio.
Na mesa de abertura estavam Marcelo Morandi, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Marlon Arraes Jardim Leal, coordenador-geral de Etanol do Ministério de Minas e Energia, Elizabeth Farina, presidente da UNICA, Mirian R. P. Bacchi, chefe do departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq, Luiz Gustavo Nussio, diretor da Esalq, Pedro Mizutani, presidente do Conselho Deliberativo da UNICA e vice-presidente de Relações Externas e Estratégia da Raízen, Aurélio César Nogueira, diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Antonio Bonomi, coordenador de Pesquisa de Biorrefinarias do CTBE e André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético.
Elizabeth Farina ressaltou em seu discurso que aguarda um processo de regulamentação transparente, assim como foi a metodologia de criação da Lei. “Usinas e produtores já devem ir se preparando para um novo desafio, colocar mais um produto na cesta do setor sucroenergético, que é o reconhecimento econômico da contribuição do etanol para a questão do clima, para a redução de emissões e para o abastecimento com combustíveis limpos”, comentou.
Pedro Mizutani também fez questão de destacar como a expansão dos biocombustíveis é benéfica para o clima, para a economia e para a sociedade. “O RenovaBio vem para ajudar o Brasil a cumprir os compromissos que assumiu no Acordo do Clima, que é mitigar os efeitos da emissão de gases do efeito estufa e, ao mesmo tempo, dar segurança energética em termos de abastecimento”, afirmou o executivo.
Anfiteatro do Pavilhão de Engenharia da Esalq lotado
O público estava ansioso para conhecer o funcionamento da calculadora do programa, a RenovaCalc, que foi exibida pela primeira vez em tempo real pelas representantes da Embrapa Meio Ambiente, Marília Folegatti Matsuura e Michelle Scachetti e por Mateus Ferreira Chagas, do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE). A ferramenta vai determinar a intensidade de carbono do biocombustível produzido nas usinas. Assim, cada unidade industrial terá uma nota de eficiência ambiental, que influenciará, posteriormente, na gestão de emissões dos CBios, os certificados de redução de emissões de CO₂.
A professora Mirian R. P. Bacchi encerrou o encontro dizendo que, apesar da complexidade, pelo menos neste início de processo de implantação, que os técnicos optem por um modelo mais simples, pois no caminho surgirão demandas específicas que vão refinar o mecanismo.
Confira mais fotos (aqui) e as apresentações exibidas (aqui).
O Encontro foi transmitido ao vivo pelo canal da UNICA no YouTube e agora pode ser assistido na íntegra (aqui).