RIO — Uma nova pesquisa traz esperança para o tratamento de um dos tipos de câncer de mama mais agressivos e que atinge as mulheres mais jovens: o triplo-negativo, subtipo que representa entre 15% e 20% dos tumores de mama. Em 2018, o Brasil registrou quase 59,7 mil novos casos de câncer de mama no total.
A descoberta do Laboratório Nacional de Biociências, publicada no Journal of Biological Chemistry, fornece uma estratégia sobre como impedir que as células desse tipo de tumor cresçam, sobrevivam e migrem, cortando as suas duas principais fontes de alimento: glutamina e ácidos graxos. Com isso, houve uma redução de 50% em termos de migração do câncer em relação ao controle.
— A gente explora alterações metabólicas nas células de câncer. O tipo triplo-negativo é muito dependente de um aminoácido, a glutamina. O que acontece se eu bloquear o consumo desse aminoácido? Conseguimos isso usando um inibidor que está na fase de estudo clínico nos Estados Unidos, sendo testado em pacientes, e deve ser aprovado como novo fármaco — afirma a pesquisadora do LNBio Sandra Martha Gomes Dias, responsável pelo estudo in vitro. — O que chama a atenção é a redução da migração dessas células, aspecto que tem grande importância no tratamento, pois elimina as células que levam à recidiva.