Assessoria de Comunicação CNPEM, em 05/11/2013
O Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) recebeu nesta quarta-feira, dia 30 de outubro, a visita de 70 participantes do “Workshop on Drug Design and Neglected Diseases”, evento realizado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) e organizado pelo Centro de Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar) em parceria com o LNBio.
Pesquisadores e estudantes, de várias instituições de pesquisa do país, conheceram o Laboratório de Bioensaios (LBE), instalação do LNBio dedicada à realização de testes, triagens e caracterizações dos modos de ação de compostos bioativos. O LBE opera a primeira plataforma Cell: Explorer da América Latina, equipamento totalmente automatizado de HTS/HCS (High-Throughput Screening / High-Content Screening), no qual é possível testar simultaneamente mais de 15.000 compostos em ensaios celulares e in vitro. O LBE dá suporte a várias pesquisas internas do LNBio, inclusive àquelas voltadas à validação e descoberta de novos tratamentos para doenças negligenciadas.
Os visitantes também estiveram no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), onde duas linhas de raios-X (MX-1 e MX-2) dedicam-se à difração de cristais de macromoléculas biológicas, como proteínas e seus complexos. Os ensaios conduzidos nestas linhas de luz permitem a elucidação tridimensional de estruturas atômicas e, desta forma, contribuem para o avanço dos conhecimentos sobre os processos biológicos.
O “Workshop on Drug Design and Neglected Diseases” foi realizado entre os dias 28 de outubro e 1º de novembro e destacou os avanços e desafios científicos do planejamento de drogas contra doenças negligenciadas. Palestrantes do Brasil, Reino Unido, Argentina e dos Estados Unidos abordaram tópicos básicos e avançados sobre o tema e contemplaram questões de bioquímica, purificação de proteínas, síntese de fármacos, cristalografia e planejamento baseado na estrutura de alvos moleculares.
As doenças negligenciadas são aquelas que, apesar dos altos índices de incidência e mortalidade, recebem poucos investimentos das indústrias farmacêuticas. Doença de Chagas, leishmaniose, malária são alguns exemplos dessas enfermidades, que afetam principalmente populações de países em desenvolvimento, onde os sistemas de saúde não geram os lucros esperados pelas empresas de fármacos. Há poucos tratamentos disponíveis para essas doenças e parte dos medicamentos existentes enfrentam casos de resistência. Diante desse problema de saúde pública, as atividades acadêmicas voltadas ao desenvolvimento de novos fármacos se sobressaem.