Diário do Comércio, em 28/11/2013
No prazo médio de dez anos, o município de Itajubá, no Sul de Minas, deve sediar o embrião de um grande projeto de desenvolvimento do setor aeroespacial. Segundo o professor Ariosto Bretanha Jorge, coordenador do Instituto de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), já está sendo articulada a criação de um Centro de Tecnologias de Helicópteros, com ênfase em rotativas.
“Já formamos um núcleo, do qual sou coordenador, para a criação deste centro, que trabalhará para o desenvolvimento de helicópteros brasileiros”, anunciou Jorge. Para a realização desse polo aeronáutico, o centro contará com o apoio da Unifei, por meio de pesquisa e inovação, além da Helibras, e, ainda, do governo mineiro, que proverá recursos para o desenvolvimento de uma escola técnica na área de aeronáutica. Este setor é considerado prioritário para o governo de Minas, tanto na perspectiva de produção de maior valor agregado, quanto na geração de empregos de qualidade.
Segundo Jorge, a ideia é que este centro funcione em um parque especialmente destinado a este setor. “A infraestrutura do parque demandará recursos da ordem de R$ 3 milhões”, informa, lembrando que antes disso ainda é necessário formatar um modelo de financiamento “para que exista de forma oficial”. Segundo ele, o projeto deve seguir o modelo de governança do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), de Campinas. “ próximo ao que almejamos”, ressalta.
Outros setores, como o de energia sustentável, também poderão ser beneficiados. “Os geradores eólicos também são rotores, que têm similaridade com os dos helicópteros”, pontua o professor. Segundo ele, nos próximos cinco anos o centro manterá interface com a universidade e com o governo federal, com atendimento aos setores de segurança pública e forças armadas.
Unfei – Dois acordos, celebrados pela Unifei no último dia 23 de novembro, em ocasião de seu centenário, confirmam o avanço desse setor em Itajubá. Um deles foi estabelecido com a Helibras, para desenvolvimento conjunto de um helicóptero, no prazo de cinco anos, por meio de um programa do governo federal de estímulo à inovação nesta área. A cooperação ainda depende de aprovação, o que pode acontecer até o final do ano.
O outro convênio foi firmado entre a Unifei e a Aeronáutica, no último dia 23 de novembro, em ocasião do centenário da universidade, prevê a formação e capacitação dos oficiais, com cursos de graduação e pós-gradução, no segmento aeronáutico. Mas o que se pretende, ao final, explicou Jorge, é “promover atividades de pesquisa e desenvolvimento de interesse comum”.