MCTIC, 19 de junho de 2018
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) assinou nesta segunda-feira (18) o licenciamento de duas patentes que vão beneficiar a indústria de bebidas e alimentos. As tecnologias de enzimas foram licenciadas para a startup TecBeer, de Campinas (SP), e serão usadas para acelerar a produção de cerveja e melhorar a qualidade do extrato de guaraná.
Na produção da cerveja, a tecnologia acelera o processo de mosturação da bebida, etapa em que os grãos passam por água quente para ativação de enzimas. Para o guaraná, a patente licenciada aperfeiçoa o preparo de um extrato rico em cafeína e taninos envolvendo uma etapa de hidrólise (cozimento) das sementes. O composto de enzimas também pode ser usado na indústria de suplementos alimentares.
As tecnologias foram desenvolvidas por pesquisadores do Laboratório Nacional de Biociência (LNBio) e do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), que fazem parte do CNPEM. O próximo passo antes de o coquetel chegar ao mercado é usar a Planta Piloto do CTBE para o escalonamento dos processos de produção. A previsão é que os coquetéis enzimáticos cheguem ao mercado em até três anos.
A coordenadora da unidade Embrapii Biomassa do CNPEM, Patrícia Toledo, explica que as patentes devem impactar o mercado na redução de custos das empresas, que hoje utilizam enzimas importadas, e na criação de um produto nacional de alta tecnologia. Ela também destaca o foco em inovação do CNPEM, que pode ajudar empresas e institutos de pesquisa.
“Estamos abertos para conversar com empresas de qualquer porte, de qualquer setor. Esse licenciamento é fruto de uma pesquisa que já tínhamos desenvolvido, mas as companhias podem nos procurar para desenvolver um projeto novo que tenha relação com nossas competências e linhas de pesquisa. Além disso, o CNPEM possui um sistema para receber usuários do mundo todo que necessitem usar nossa infraestrutura para seus projetos de pesquisa”, ressalta.
Repercussão: INOVA Unicamp, CTI Renato Archer