A seção de Estágios do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) é uma importante área da assistência estudantil que possui um sistema completo que possibilita aos alunos da Unicamp o desenvolvimento de experiências no mercado de trabalho, assim como abre o cadastro para as empresas, agentes de integração, empresas concedentes divulgarem vagas de estágios. O número em 2013 fechou em 5.866 estágios, sendo 2.182 estágios obrigatórios e 3.684 não obrigatórios. Sérgio Augusto Lordano Luiz, 21 anos, graduando em bacharelado do 4º ano Curso de Física Aplicada da Unicamp é um dos estagiários cadastrados no sistema SAE. Ele iniciou o estágio em agosto de 2013 no Centro Nacional de Pesquisa em energia e Materiais (CNPEM), Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS). Na segunda (6), Sergio compareceu ao SAE para entregar a renovação do termo de compromisso até julho de 2014, com possibilidades de renovação até agosto de 2015. O ComunicaSAE entrevistou o estagiário, que falou sobre a experiência no ambiente de estágio, sobre o projeto de relevância científica “Sirius”, desenvolvido pelo LNLS, dá dicas para os novos estagiários e opina sobre o estágio. Confira a entrevista:
ComunicaSAE: Quais as suas tarefas de estagiário, no Laboratório?
Sérgio Augusto Lordano Luiz: Meu estágio envolve duas atividades principais: no início, trabalhei com simulações de ray-tracing em computador para as linhas de luz existentes no laboratório atual (LNLS) para a documentação padrão dos componentes ópticos das linhas de luz. Atualmente, meu projeto envolve o desenvolvimento do design do frontend, uma das partes que compõem uma linha de luz, para o novo laboratório que está em construção. Trata-se do projeto “SIRIUS”, nova fonte de luz sincrotron de terceira geração. Isso significa encontrar o melhor modelo óptico e termomecânico para cada peça do frontend.
ComunicaSAE: Conte um pouco sobre a sua rotina
Sérgio: Minha rotina na primeira parte do projeto era obter dados sobre os componentes das linhas de luz com pesquisadores, técnicos e depois usar umsoftware no computador para simular os parâmetros do feixe de raios-X, que é entregue ao experimento realizado na linha de luz. Atualmente, minha rotina é projetar no computador alguns componentes do frontend do SIRIUS e sua refrigeração. Explicando especificamente, esses componentes são os photon shutter, máscaras, refrigeração de espelhos e monocromadores. Isso é feito através de desenho técnico da peça no computador, simulada em um software de engenharia (ANSYS), onde se estuda o aquecimento da peça devido ao feixe de raios-X de alta potência e a refrigeração do componente, que eu mesmo devo criar. Tudo isso é feito levando em conta experiências de outros laboratórios similares, mundo afora. O objetivo é encontrar o melhor modelo possível, levando em conta eficiência, segurança e dimensão e custo do projeto. Os componentes devem ser o mais compacto possível.
ComunicaSAE: O estágio contribui para a sua formação? está dentro dos objetivos do seu curso?
Sérgio: O estágio contribui para a minha formação no sentido de visão do mercado de trabalho, formas de aplicação dos assuntos que estudo, e do lado profissional. O curso é bom, mas não nos dá uma grande visão de como as coisas funcionam na prática, então o estágio complementa de forma prática os estudos teóricos. Além disso, uma experiência profissional específica pode ser um diferencial para se conseguir um bom emprego, apoio científico, entre outros. O estágio também me fez assimilar uma quantidade enorme de informação em um tempo muito curto, principalmente no início, conteúdo que se aprende mais lentamente na universidade, além de ser mais absorvido, já que é usado no dia-a-dia.
ComunicaSAE: O que vc diria a quem está começando o estágio hoje?
Sérgio: O aluno que vai fazer estágio, principalmente com 30h semanais, deve saber que terá de sacrificar alguns hobbies durante o semestre, inclusive usando os fins de semana para estudar. Eu diria que o estágio vale muito a pena, mesmo que possa causar atrasos no curso, pois realmente muda nossa visão sobre o lado profissional da carreira, além de nos introduzir ao mercado de trabalho. Como motivação, é importante saber que no começo a quantidade de informações pode assustar, mas com esforço sempre conseguimos fazer o que for necessário para realizar o estágio.
ComunicaSAE: O que vc fez e que não repetiria dentro do estágio?
Sérgio: Talvez o que eu mudaria seria pegar menos horas semanais de estágio, acredito que 20h semanais seja o ideal para uma conciliação mais saudável com a graduação. É necessário avaliar quanto tempo você pode ter disponível no seu curso, e se pode arcar com possíveis atrasos no curso, no caso, seria se matricular em menos disciplinas por semestre.
ComunicaSAE: Como aproveitar melhor o período? Quais as suas dicas?
Sérgio: O estágio nos faz aprender a aproveitar melhor nosso tempo “na marra”. Uma dica que cabe no meu caso é fazer o estágio no período da tarde, puxar mais aulas a noite quando possível e deixar tempo livre no período da manhã para estudar. Pois estudar a noite depois de ter tido aula e feito estágio rende muito pouco devido ao cansaço.
ComunicaSAE: Como o SAE pode melhorar o atendimento ao estagiário?
Sérgio: O SAE tem um ótimo atendimento ao estagiário, devido à integração com a empresa. Quando acontece falta de comunicação do SAE com o estagiário, o próprio RH da empresa está a par da situação e mantém o estagiário informado. Talvez uma forma de melhorar seja utilizar e-mails pessoais junto com os e-mails institucionais, pois estes últimos não são visualizados cotidianamente devido ao pequeno volume de mensagens, ou então utilizar mais o telefone.
ComunicaSAE: Você considera importante o SAE atender o estagiário no período noturno?
Sérgio: Eu realmente não precisei de muito atendimento do SAE, no entanto, considero sim importante atender no período noturno, pois para quem faz estágio e curso integral como no meu caso, pode não haver tempo para esse tipo de atendimento em período diurno.