Portal do MCTI em 25/05/2015
De hoje até sexta-feira (29), os internautas do Twitter poderão acompanhar um pouco da rotina e conhecer os desafios enfrentados pela equipe de pesquisadores do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), que se dedica ao desenvolvimento de fármacos contra a doença de Chagas, leishmaniose e doença do sono, dentre outras enfermidades conhecidas como doenças negligenciadas. O coordenador da Plataforma de Biologia Química e Triagem do LNBio, Lucio Freitas-Junior, compartilha suas experiências e conversa com o público no perfil do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação na rede social (@mcti).
Nas primeiras postagens da série, Lucio alertou que um terço da população mundial vive sob risco de contrair alguma doença negligenciada. “A área de descoberta de drogas é a que considero mais fascinante. Pensar que o seu trabalho pode de alguma forma reduzir o sofrimento destas pessoas é gratificante”, disse o pesquisador.
A ação no Twitter é parte das comemorações dos 30 anos de criação do MCTI, completados este ano. Através de ações como essa, o Ministério pretende inspirar e despertar o interesse de jovens brasileiros pela área de CT&I. Por meio da #LucioNoMCTI, os internautas poderão enviar perguntas, que serão respondidas pelo pesquisador na sexta-feira.
Em seus mais de 15 anos de carreira, Lucio trabalhou no Instituto Pasteur Korea, onde teve a oportunidade de aprender e desenvolver uma nova tecnologia usada na descoberta de fármacos para as doenças negligenciadas. Os estudos desenvolvidos na Coreia do Sul colocaram a equipe dele em destaque.
Os resultados do trabalho de identificação de moléculas capazes de combater os vírus chamaram a atenção de importantes grupos de pesquisas do mundo, como o do consórcio internacional que desenvolve o projeto New Medicines for Trypanosomatidic Infections (NMTryI), financiado pelo programa FP7, da União Europeia, cujo objetivo é otimizar moléculas com ação anti-tripanossoma, a fim de garantir medicamentos mais eficientes contra Doença de Chagas, Leishmaniose e Doença do Sono.
Ele retornou ao Brasil, em 2013, junto com mais seis membros da equipe que trabalhava no país asiático. O conhecimento adquirido continua sendo colocado em prática no LNBio, que passou a integrar o projeto NMTryI e tornou-se fundamental para os estudos que envolvem instituições da Alemanha, Portugal, Itália, Sudão, Reino Unido, Grécia, Espanha e Bélgica. “Voltei ao Brasil porque vejo muito potencial para que sejamos líderes em descoberta de fármacos para doenças negligenciadas”, postou o pesquisador. “Aqui temos laboratórios de excelência, sobretudo em instituições acadêmicas.”
Em uma das publicações no Twitter, Freitas-Junior alertou para a falta de investimentos privados na cadeia de fármacos. “A indústria farmacêutica investe pouco pesquisa e desenvolvimento. Seria bom que ela investisse também na criação de novas drogas, não apenas em genéricos e novas formulações”, avaliou o pesquisador do LNBio.
Durante a semana, o pesquisador apresentará propostas para tornar as pesquisas brasileiras mais eficientes e irá “traduzir” conceitos do mundo científico, como o termo pesquisa translacional. “É aquela pesquisa que aplica os conhecimentos gerados na pesquisa básica para trazer benefícios para pacientes. É um tipo de pesquisa em que podemos aplicar vários conceitos básicos e que nos dá a oportunidade de criar um produto”, explicou.
Sobre o LNBio
O LNBio é um laboratório associado ao Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM), uma organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que conta ainda com os laboratórios nacionais de Luz Síncroton (LNLS), de Nanotecnologia (LNNano) e de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE).
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