Pesquisadores divulgarão regionalmente como usar laboratórios e infraestrutura avançada do centro
O Programa Embaixadores CNPEM reuniu, no campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) em Campinas (SP), representantes de instituições de ensino e pesquisa do Norte e Nordeste do Brasil nos dias 20 e 21 de março. Os participantes foram eleitos, anteriormente ao evento, por meio de processo seletivo para atuar como embaixadores do CNPEM em suas regiões.
Eles compartilharam experiências e discutiram estratégias para divulgar a colegas e alunos de suas instituições de origem os recursos disponíveis e instalações científicas abertas para pesquisadores. O CNPEM detém hoje uma das mais avançadas estruturas de pesquisa do país. Os embaixadores também tiveram oportunidade de conhecer de perto as instalações do Centro e receberam informações sobre as pesquisas de ponta em desenvolvimento.
O CNPEM oferece infraestruturas científicas abertas e gratuitas para a comunidade acadêmica, disponibilizando equipamentos de alta tecnologia, insumos laboratoriais e suporte técnico especializado para pesquisadores e estudantes do mundo todo. O Programa de Usuários permite que cientistas de fora da instituição submetam propostas de pesquisa para acessar os equipamentos sem custo. Os participantes recebem auxílio financeiro para viagem, alimentação e hospedagem durante o período de execução das pesquisas.
“O objetivo do Programa Embaixadores, no primeiro momento, é capilarizar o conhecimento sobre as formas de auxílio e acesso às instalações do CNPEM em regiões historicamente menos atendidas. Nossa intenção é realizar isso de forma estruturada, começando por entender as barreiras e desafios técnicos regionais, estabelecendo novos canais de comunicação. Como resultados, esperamos ampliar a chegada de cientistas dessas regiões às nossas instalações de ponta, à medida que também direcionamos os esforços no apoio a temas científicos relevantes nacionalmente”, disse Rosana Tamagawa, Gerente do Escritório de Usuários do CNPEM.
Nesta primeira edição, o foco está nas regiões Norte e Nordeste, que enfrentam mais desafios para acessar infraestruturas de pesquisa de ponta. Os embaixadores tiveram as despesas de viagem custeadas pelo programa. O COPROPI (Colégio de Pró-Reitores de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação das Instituições Federais de Ensino Superior) apoia a iniciativa, auxiliando na articulação das ações do programa junto às pró-reitorias, tendo também auxiliado na seleção dos candidatos
Os participantes destacaram a importância do programa. “Os pesquisadores ainda não compreendem que o CNPEM não é apenas uma infraestrutura para realizar experimentos in loco, mas um centro que oferece suporte completo, incluindo a possibilidade de envio de amostras e controle remoto de experimentos. Nosso papel como embaixadores é esclarecer isso e conectar essa infraestrutura de ponta com as universidades e instituições de pesquisa”, disse Gabriel Zazeri, Chefe do Departamento de Física e Presidente da Comissão de Pesquisa da Universidade Federal de Roraima.
Bruno Sousa Araujo, professor de Física da Universidade Federal do Ceará (UFC), falou sobre sua experiência no CNPEM, onde fez pesquisas em materiais. Durante uma apresentação com outros embaixadores que já utilizaram as instalações do CNPEM, ele detalhou as técnicas que utilizou e os auxílios recebidos.
“Recebemos reembolso das passagens aéreas entre Fortaleza e Campinas, alojamentos e alimentação gratuitos para duas pessoas. Além disso, tivemos acompanhamento constante de pesquisadores e equipe técnica, discussões técnico-científicas e treinamentos para uso dos laboratórios”, disse.
Marcele Passos, coordenadora do Laboratório de Biomateriais da Universidade Federal do Pará, destacou o impacto do programa para reduzir assimetrias regionais. “Precisamos disseminar que existe no Brasil um centro com infraestrutura de ponta, garantindo maior acessibilidade a pesquisadores de regiões remotas. O Programa Embaixadores ajuda a equilibrar o acesso à ciência, permitindo que mais pesquisadores desenvolvam estudos inovadores e contribuam para o avanço da sociedade”.
Ela também destacou a importância de levar as pesquisas para perto da população e informar sobre suas aplicações práticas. “Ao permitir o acesso à tecnologia de ponta, fortalecemos a pesquisa acadêmica e o desenvolvimento socioeconômico. A conexão entre ciência básica e aplicada gera produtos inovadores e impulsiona a indústria”.
Sobre o CNPEM
O CNPEM compõe um ambiente científico de fronteira, multiusuário e multidisciplinar, com ações em diferentes frentes do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Organização social supervisionada pelo MCTI, o CNPEM é impulsionado por pesquisas que impactam as áreas de saúde, energia, materiais renováveis e sustentabilidade. Responsável pelo Sirius, maior equipamento científico já construído no Brasil, o CNPEM desenvolve o Projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos.
As atividades técnico-científicas do CNPEM são executadas pelos Laboratórios Nacionais de Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio), Nanotecnologia (LNNano) e Biorrenováveis (LNBR), além da Ilum Escola de Ciência, um curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia, com apoio do Ministério da Educação (MEC).