BrasilAgro, em 09/05/2013
35 planos de negócios que, em conjunto, investirão mais de R$ 3 bilhões em projetos para desenvolvimento e produção de etanol celulósico e de produtos químicos derivados da biomassa da cana.
A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 300,3 milhões para a Bioflex Agroindustrial, empresa do grupo GranInvest, construir uma unidade de produção de etanol de segunda geração.
A usina, no município de São Miguel dos Campos, Alagoas, terá capacidade de produção de 82 milhões de litros por safra, utilizando a palha e o bagaço de cana-de-açúcar como matéria-prima e tecnologia de conversão de biomassa.
Será a primeira planta em escala comercial no Brasil e a segunda no mundo (a outra está localizada na Itália). O projeto, que consiste no desenvolvimento no País de um processo de produção de etanol de segunda geração, integra o Programa de Apoio à Inovação Tecnológica Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico (PAISS).
Trata-se de um projeto de inovação, que terá parte dos recursos liberada por meio dos programas BNDES Inovação, BNDES PSI – Bens de Capital e BNDES PSI – Inovação. O Banco também apoiará investimentos sociais no entorno do empreendimento.
O BNDES é sócio do grupo GranInvest desde dezembro de 2012, quando a BNDESPAR adquiriu participação de 15% na então Graal Bio Investimentos, hoje GranInvestimentos S.A.
O PAISS
Criado em 2011, em conjunto com a Finep, o PAISS tem como objetivo financiar o desenvolvimento, a produção e a comercialização de novas tecnologias industriais destinadas ao processamento da biomassa oriunda da cana-de-açúcar.
O Programa selecionou 35 planos de negócios que, em conjunto, investirão mais de R$ 3 bilhões em projetos para desenvolvimento e produção de etanol celulósico e de produtos químicos derivados da biomassa da cana. Com esta operação, o total de aprovações no âmbito do PAISS alcança R$ 2 bilhões.
O etanol de segunda geração é uma alternativa que contribuirá para tornar o etanol brasileiro ainda mais sustentável. A utilização da palha e do bagaço permitirá que a produtividade industrial do etanol chegue à cerca de 10 mil litros por hectare, o que significa um aumento de até 45% em relação aos níveis atuais.
O aumento previsto da produtividade, resultado da ampliação da produção de etanol celulósico no Brasil, proporcionará redução do atual patamar de custos do setor, contribuindo para estimular novos investimentos e, consequentemente, maior geração de emprego e renda, além da redução de importação de combustíveis.
GranInvest
A atuação do GranInvest está focada no desenvolvimento genético e tecnológico para transformação de biomassa em químicos e energia. O projeto tem como parceiros tecnológicos a Beta Renewables, Novozymes e DSM. Além deste investimento, a empresa ainda pretende construir outras unidades “estado-da-arte” no Brasil, desenvolvendo tecnologia de ponta nos setores de biocombustíveis e bioquímicos no País.
Evento no Palácio dos Bandeirantes
Nos próximos dias 22 e 23 de outubro, no auditório Ulysses Guimarães no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, será promovido o Seminário Internacional de Etanol de 2ª Geração e Química Verde, do qual participarão os principais ‘players’ mundiais desta nova tecnologia que abre um fantástico novo mercado e que pode recolocar o Brasil na liderança mundial da corrida dos biocombustíveis e da alcoolquímica.
Os mercados, as tecnologias e as estratégias das empresas e instituições serão apresentadas pela primeira vez neste evento. Dentre elas, se destacam além do BNDES e da Petrobras, ABAG – Associação Brasileira de Agribusiness, FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Centro de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), Esalq/USP, Embrapa, GranBio, Raízen, Odebrecht Agroindustrial, Solazyme Bunge, Novozymes, Amyris, Braskem, Coca-Cola, BP, Edeniq, VTT Centro de Pesquisas Técnicas e Agrivida (BNDES e Da Redação, 8/5/13)