Avaliação de luz no espectro de UVC distante como agente virucida de SARS-CoV-2
Patrice Manzzoni
A pandemia da COVID-19 trouxe vários desafios à humanidade e alavancou a necessidade de tecnologias que permitam a retomada às atividades de modo seguro. Dentre essas, encontram-se alternativas eficazes de descontaminação de superfícies e objetos. A aplicação de radiação ultravioleta (UV) para inativar vírus está bem estabelecida, mas as lâmpadas germicidas tradicionais apresentam riscos à saúde humana.
Uma janela de comprimento de onda no espectro UV-C distante tem mostrado grande poder antiviral e antimicrobiano sem causar danos, sendo avaliada para construção de equipamentos. Com a ideia de avançar na disponibilização dessa tecnologia, o CNPEM firmou uma colaboração em 2020 com a Vale e o Instituto Tecnológico Vale (ITV), com cofinanciamento Embrapii, para a avaliação do uso da radiação UVC-distante para inativação do vírus SARS-CoV-2.
Os resultados obtidos indicaram que o espectro em estudo é eficaz em inativar o vírus, com o benefício de não gerar lesões com potencial mutagênico. Contudo, a eficácia de inativação depende também do meio líquido onde o vírus se encontra.
Segundo Patrice Manzzoni, Diretoria de Exploração e Projetos Minerais da Vale, a parceria firmada entre as três instituições “visa alavancar o desenvolvimento científico e tecnológico, criando conhecimento de alto nível para a sociedade e contribuindo para o enfrentamento de um problema de abrangência mundial colocado pela pandemia do SARS-CoV-2”. Patrice também comenta sobre a experiência positiva da Vale e do ITV com a interação com a equipe do CNPEM neste desafio.