Na visita foi apresentado o projeto Orion, que irá conectar de forma inédita um laboratório de máxima contenção biológica a uma fonte de luz síncrotron
No dia 2 de julho, o diretor do Instituto Pasteur da Guiana Francesa, Christophe Peyrefitte, acompanhado da adida para Ciência e Tecnologia da Embaixada da França no Brasil, Marion Magnan, visitou as instalações do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) em Campinas/SP. O principal interesse da comitiva foi conhecer o projeto Orion – complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos, que compreenderá instalações de máxima contenção biológica (NB4) inéditas na América Latina, sendo as primeiras do mundo conectadas a uma fonte de luz síncrotron, o Sirius.

Christophe Peyrefitte, diretor do Instituto Pasteur da Guiana Francesa conheceu o laboratório de treinamento no CNPEM que é uma réplica fiel de laboratórios NB3 e NB4 (Divulgação/CNPEM)
Recepcionados pelo diretor-geral do CNPEM, Antonio José Roque da Silva, os visitantes percorreram diversas instalações do campus, incluindo o acelerador de elétrons Sirius e as infraestruturas de microscopia e biociências do CNPEM, além do laboratório de treinamento, onde é conduzido atualmente o Programa de Treinamento & Capacitação em laboratórios NB3, e em breve, laboratórios NB4 (abreviação para o nível 4 de biossegurança).
A visita reforça o interesse mútuo por cooperações científicas internacionais em temas estratégicos de saúde pública e biotecnologia. Cabe ressaltar que, desde o início, o escopo do projeto Orion vem sendo discutido com representantes de diversas instituições – nacionais e internacionais, para que sua infraestrutura seja adequada para atender as demandas de diferentes naturezas.
Projeto Orion
O projeto Orion será um complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos, que compreenderá instalações de máxima contenção biológica (NB4) inéditas na América Latina, sendo as primeiras do mundo conectadas a uma fonte de luz sincrotron, o Sirius. Em construção na cidade de Campinas-SP, no campus do CNPEM, o Projeto reunirá técnicas analíticas e competências avançadas de bioimagens, que serão abertas a comunidade científica e órgãos públicos. Ao possibilitar o avanço do conhecimento sobre patógenos e doenças correlatas, o Orion subsidiará ações de vigilância e política em saúde, assim como o desenvolvimento de métodos de diagnóstico, vacinas, tratamentos e estratégias epidemiológicas. Instrumento de apoio à soberania nacional no enfrentamento de crises sanitárias, o Orion tem o potencial de beneficiar diversas áreas, como saúde, ciência e tecnologia, defesa e meio ambiente.
A execução do projeto Orion é de responsabilidade do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), uma organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O Projeto integra o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, é financiado com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) do MCTI e apoiado pelo Ministério da Saúde (MS). A iniciativa faz parte da Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial do Governo Federal, atuando como um instrumento de soberania, competência e segurança nacional nos campos científico e tecnológico para pesquisa, defesa, saúde humana, animal e ambiental. A concepção do Orion deve ainda fortalecer o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), iniciativa coordenada pelo MS, voltada ao atendimento de demandas prioritárias do Sistema Único de Saúde (SUS).
Sobre o CNPEM
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) abriga um ambiente científico de fronteira, multiusuário e multidisciplinar, com ações em diferentes frentes do Sistema Nacional de CT&I. Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o CNPEM é impulsionado por pesquisas que impactam as áreas de saúde, energia, materiais renováveis e sustentabilidade. Responsável pelo Sirius, maior equipamento científico já construído no País. O CNPEM hoje desenvolve o projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos. Equipes altamente especializadas em ciência e engenharia, infraestruturas sofisticadas abertas à comunidade científica, linhas estratégicas de investigação, projetos inovadores com o setor produtivo e formação de pesquisadores e estudantes compõem os pilares da atuação deste centro único no País, capaz de atuar como ponte entre conhecimento e inovação. As atividades de pesquisa e desenvolvimento do CNPEM são realizadas por seus Laboratórios Nacionais de: Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio), Nanotecnologia (LNNano) e Biorrenováveis (LNBR), além de sua unidade de Tecnologia (DAT) e da Ilum Escola de Ciência, curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia, com apoio do Ministério da Educação (MEC).