Assessoria de Comunicação, em 21/10/2010
Gianluigi Condorelli, diretor do departamento de medicina no Conselho Nacional de Pesquisa (Consiglio Nazionale delle Ricerche – CNR) da Itália, visitou o LNBio entre 4 e 7 de outubro, com o objetivo de avaliar os programas de pesquisa para possível colaboração entre as instituições.
Além de conhecer as instalações, ele conversou com pesquisadores e apresentou um seminário aberto à equipe do laboratório. A palestra abordou um tema bastante atual, a regulação gênica por microRNAs com foco em biologia e doenças cardiovasculares.
“Acredito que iremos trabalhar em colaboração. Também podemos criar um programa comum de pesquisa ou treinamento”, afirmou. Segundo Condorelli, no Brasil pela segunda vez, o crescimento científico do país deixou de ser visto como algo potencial e se tornou realidade. “Há vários anos os médicos brasileiros eram conhecidos na Itália principalmente na especialidade de cirurgia plástica. Hoje há muitas competências. Nos últimos dez anos as universidades cresceram e melhoraram, junto com a economia. A ciência produzida aqui está ganhando vulto rapidamente.”
Para o diretor do LNBio, Kleber Franchini, “essa visita é importante por permitir o intercâmbio com pesquisadores de países líderes em ciência e contribuir para o processo de consolidação do LNBio como um centro de pesquisa de expressão internacional”.
Além do cargo no órgão governamental italiano, Condorelli coordena laboratórios de pesquisa em Milão e em San Diego (UCSD). A equipe sediada em Milão atua com mecanismos moleculares associados à capacidade de contração cardíaca em condições normais e alteradas. Estuda como a transdução de sinal (sequência de reações bioquímicas na célula em resposta a um estímulo) interage com o mecanismo de contração-excitação. Investiga também homeostase do miócito cardíaco, isto é, o processo regulador nas células musculares, com o objetivo de encontrar novas moléculas que podem melhorar a função cardíaca em quadros de insuficiência.
O trabalho do grupo em microRNAs coloca em perspectiva uma nova classe de agentes na complexa rede de moléculas que moldam o fenótipo cardiovascular em estados normais e de doença. O grupo está envolvido na compreensão do papel dos pequenos RNAs não-codificantes dentro dessa rede usando abordagens de biologia molecular e celular convencional. Outros interesses são biologia de células-tronco cardíacas e engenharia de tecidos e genética de doenças cardiovasculares complexas.
A temática casa com um dos programas científicos do LNBio que trata da biologia estrutural do músculo cardíaco. As pesquisas abrangem a estrutura e função das proteínas associadas ao desenvolvimento, hiperplasia (crescimento por aumento no número de células) e hipertrofia (crescimento por aumento do tamanho) das células cardíacas humanas e de outros organismos. Um dos projetos envolve a identificação e determinação tridimensional de proteínas e complexos protéicos responsáveis pela estruturação do sarcômero, unidade motora do músculo.