MCTI, em 07/08/2015
Westfahl apresentou algumas das técnicas de análise com luz síncrotron e deu exemplos de estudos realizados na área de ciências do solo. Falou, ainda, sobre o modelo de operação do LNLS e dos demais laboratórios nacionais do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), que mantêm instalações abertas a pesquisadores do Brasil e do mundo.
A técnica de fluorescência por raios X em 2D e 3D, por exemplo, pode ser usada para a detecção dos sinais associados aos diferentes elementos químicos presentes na amostra analisada, como explicou o diretor científico. Como exemplo, Westfahl citou um estudo realizado pelo pesquisador Carlos Perez, do LNLS, que analisou os efeitos de contaminação associados à queda de balas de caça no solo. No estudo, a fluorescência de raios X permitiu identificar a presença no local dos diferentes metais que compõem a munição, como ferro, chumbo e timônio.
A apresentação teve como objetivo principal motivar os pesquisadores da área a usar a tecnologia da luz síncrotron por meio da infraestrutura disponível no Brasil, conforme destacou o palestrante. “Além disso, queremos motivar os pesquisadores com a apresentação do projeto de um novo acelerador, que vai permitir sejam feitos aqui experimentos que quase ninguém hoje faz nas ciências do solo”, completou.
Por fim, Harry Westfahl apresentou o Sirius e explicou porque ele é classificado como um síncrotron de quarta geração, com base em parâmetros como o seu brilho. Falou brevemente, ainda, sobre as 13 primeiras estações experimentais (linhas de luz) previstas para a nova fonte de luz e sobre o potencial científico de cada uma delas. “A área de ciências do solo tem sido um dos focos do planejamento do Sirius. A bola está na mão de vocês: se preparem porque, dentro de alguns anos, sua comunidade de pesquisa terá à disposição a melhor ferramenta científica do País”, afirmou.
Agricultura e ciências ambientais
Em seguida, a apresentação de Dean Hesterberg destacou as oportunidades de novas descobertas no campo da agricultura e das ciências ambientais com o auxílio das fontes de raio X baseadas em luz síncrotron. “À medida que a ciência evolui, as técnicas baseadas em luz síncrotron acompanham essa evolução, guiada pelas questões científicas que surgem”, explicou.
Em sua palestra, Hesterberg afirmou que essa ferramenta científica, aplicada às ciências do solo, tem potencial para solucionar problemas nas áreas de segurança alimentar, produção de energia, manejo de resíduos animais, saúde humana, captura de carbono, proteção da qualidade da água e outras.
O LNLS tem também um estande no espaço de exposições do CBCS, que é o mais importante da área de ciências do solo no País. O evento reúne professores, pesquisadores, extensionistas, estudantes de graduação e pós-graduação, empresários e profissionais liberais ligados à área.
Sobre o LNLS
O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), uma organização social qualificada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Localizado em Campinas (SP), o LNLS é responsável pela operação da única fonte de luz sincrotron da América Latina, aberta ao uso das comunidades acadêmica e industrial. O síncrotron brasileiro possui hoje 18 estações experimentais – chamadas linhas de luz –, voltadas ao estudo de materiais orgânicos e inorgânicos por meio de técnicas que empregam radiação eletromagnética desde o infravermelho até os raios X.
O LNLS está construindo o Sirius, planejado para ser uma das mais avançadas fontes síncrotron do mundo. Sirius abrirá novas perspectivas de pesquisa em áreas como ciência dos materiais, nanotecnologia, biotecnologia, física, ciências ambientais e muitas outras.
Repercussão: Setor Público