Pesquisador do LNBio, Lúcio Freitas Junior, representa o Brasil em Paris
Assessoria de Comunicação, em 03/12/2013
Cientistas, representantes de indústrias farmacêuticas e tomadores de decisão discutirão os avanços e os desafios das pesquisas científicas sobre doenças negligenciadas, nos dias 4 e 5 de dezembro, em Paris. Pesquisador do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), Dr. Lúcio Freitas Junior, representará o Brasil no evento “Best Science for the Most Neglected: Where Do We Stand 10 Years On?”. A conferência celebra os 10 anos da Iniciativa Medicamentos Para Doenças Negligenciadas (DNDi, por sua sigla em inglês) e é organizado em parceria com o Instituto Pasteur da França, a Organização Internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) e a editora científica PLOS.
As doenças negligenciadas são aquelas que, apesar dos altos índices de incidência e mortalidade, recebem poucos investimentos das indústrias farmacêuticas. Doença de Chagas, leishmaniose e malária são alguns exemplos dessas enfermidades, que afetam principalmente populações de países em desenvolvimento, onde os sistemas de saúde não geram os lucros esperados pelas empresas de fármacos. Há poucos tratamentos disponíveis para essas doenças e parte dos medicamentos existentes enfrentam casos de resistência. Diante deste problema de saúde pública, as pesquisas científicas voltadas ao desenvolvimento de novos fármacos se sobressaem.
O LNBio, Laboratório integrante do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) localizado em Campinas – SP, possui um programa de pesquisa voltado à descoberta e validação de novos alvos terapêuticos e ao desenvolvimento de novos fármacos para doença de Chagas, tripanossomíase humana africana e leishmaniose. Outras doenças, como dengue e chikungunya, também devem ser investigadas, a partir do próximo ano. Grande parte dos projetos desta linha de pesquisa é realizada no Laboratório de Bioensaios (LBE) do LNBio, instalação dedicada à realização de testes, triagens e caracterizações dos modos de ação de compostos bioativos. O LBE opera a primeira plataforma Cell:Explorer da América Latina, equipamento totalmente automatizado de HTS/HCS (High-Throughput Screening / High-Content Screening), no qual é possível testar simultaneamente mais de 15.000 compostos em ensaios celulares e bioquímicos .
Lúcio Freitas Junior, representante do Brasil na conferência internacional, é o coordenador do LBE. Ele voltou ao Brasil, para o LNBio, há cerca de 10 meses, depois de oito anos de trabalho no Instituto Pasteur da Coreia do Sul. O pesquisador, referência internacional em doenças negligenciadas, trouxe ao Brasil uma nova tecnologia para triagem de drogas, know-how de primeira linha, oportunidades de treinamento para novos pesquisadores e em um modo competitivo de fazer pesquisa. Seu grupo no LNBio conta ainda com a especialista em parasitologia e drug discovery, Dra. Carolina Borsoi Moraes, também vinda da Coreia do Sul, e quatro alunos de doutorado, bolsistas do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq). A apresentação de Lúcio, em Paris, abordará as ferramentas e os desafios das pesquisas sobre doença de Chagas para a próxima década.
O LNBio
O Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), uma organização social qualificada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O LNBio dedica-se à pesquisa e inovação nas áreas de biotecnologia e à descoberta e desenvolvimento de fármacos e possui instalações abertas às comunidades científicas e empresariais. O Laboratório concentra competências, equipamentos de última geração e um time de pesquisadores de classe mundial voltados à realização de estudos multidisciplinares nas áreas de biologia estrutural, proteômica, genômica, metabolômica, bioensaios, desenvolvimento de organismos geneticamente modificados, dentre outros.