NIT Mantiqueira em dezembro de 2013
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), uma das nucleadoras do NIT Mantiqueira, deu início à construção do Projeto Sirius. Considerado como um dos maiores projetos científicos do país, o acelerador de partículas de terceira geração deverá estar concluído em 2016. Como afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo, o físico Antonio José Roque da Silva, diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e responsável pelo projeto, “o Sirius será a máquina de maior brilho na sua classe de energia”.
Com um investimento de aproximadamente R$ 650 milhões, o anel funcionará como um microscópio gigante, permitindo aos cientistas visualizarem estruturas atômicas e moleculares de diferentes materiais. Sua aplicação beneficiará experimentos em áreas científicas como biologia molecular, nanotecnologia, microeletrônica, energia e novos materiais, atraindo cientistas do mundo todo. O anel de luz está sendo construído em Campinas, São Paulo, em um prédio com o tamanho aproximado de um estádio de futebol (230 metros de diâmetro) e será cinco vezes maior que o atual. Atualmente existem apenas 15 aceleradores de terceira geração, como este, em todo o planeta.
Qualificado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) como uma Organização Social, o CNPEM é responsável pela gestão de quatro laboratórios que atuam em áreas estratégicas para o país: o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) e o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano). Juntos esses laboratórios desenvolvem pesquisas próprias e atendem a pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Apenas em 2012 foram 1.800 atendimentos, que resultaram em 900 propostas de pesquisa.
Inaugurado em 1997, o LNLS, foi o primeiro laboratório do complexo. Atualmente é responsável pela única fonte de luz Síncrotron da América Latina e pelo projeto Sirius. O LNBio integra os Centros de Referência em Farmacologia constituídos pelo MCTI e Ministério da Saúde, realiza pesquisas em áreas de fronteira da Biociência, com foco em biotecnologia e fármacos. Atuando em parceria com empresas no âmbito do Plano de Apoio à Inovação dos Setores Sucroenergéticos e Sucroquímico (PAISS), o CTBE investiga novas tecnologias em bioenergia, com ênfase na produção do etanol de primeira e segunda geração. O LNNano realiza investigações com materiais avançados, sedia o Centro Binacional Brasil-China de Nanotecnologia e referência do SisNano e gerencia no Brasil as atividades do German – Brazilian Bionnovation Hub.
Ênfase em Parcerias com o Setor Privado
A interação entre os laboratórios do CNPEM e o setor privado tiveram início em 1980, durante a construção do anel de luz Síncrotron. Com a inauguração do LNLS, em 1997, as parcerias passaram a atender grandes empresas nacionais como Rhodia, HP do Brasil e Oxiteno. Atualmente o laboratório desenvolve pesquisas em óleo e gás, em conjunto com a Braskem Petrobras, Adest e a norueguesa Statoil, algumas relacionadas ao pré-sal. Mantém, ainda, parceria com as empresas Canadian Light Source (CSL), Deutsche Elektronen-Synchrotron (DESY) e European XFEL GmbH.
O LNBio tem como uma de suas prioridades, utilizar suas competências e infraestrutura para atender a demandas da comunidade empresarial, procurando transformar descobertas biológicas básicas em produtos para o mercado. Também apoia empresas na resolução de problemas biotecnológicos nas áreas de biopolímeros, biologia da pele, fármacos e bioensaios. Entre as empresas parceiras do LNBio estão: Natura, Braskem, Rhea Biotech, Citrovita, Recepta Biopharma e Hospital A.C. Camargo.
O CTBE foi criado com o objetivo de aumentar a produtividade da indústria do etanol de 1ª geração, buscar respostas para os desafios científicos e tecnológicos para a produção do etanol de 2ª geração e desenvolver pesquisas com novas biomassas. Atualmente conta com uma área de gestão de negócios, responsável por viabilizar a transferência de tecnologias para a indústria sucroalcooleira e prospectar mercados para os compostos derivados da cana-de-açúcar e outras biomassas. Entre seus principais parceiros destacam-se as empresas Jacto Máquinas Agrícolas, Rhodia, Dow, British Petroleum, Novozymes, Vale/Fapesp, Usina da Pedra, Elanca e Mascoma.
Mahle, Alcoa, Tecnaris, Cameron, Laboratoire de Physique des Solides na Université Paris-Sud, Baylor College of Medicine, Universiteit Leiden, Ohio State University, Unal-Colombia, OSU-EUA, Petrobrás, Oxiteno, ETH, Artecola, Flex, Moura, BR Labs e Odebrecht são algumas das empresas parceiras do LNNano. O laboratório desenvolve projetos em Microscopia Eletrônica e de Tunelamento e Força Atômica, Microfabricação e Filmes Finos, Processamento e Caracterização de Metais e Materiais Nanoestruturados. Seu objetivo é atender demandas dos setores de tintas, adesivos, termoplásticos, elastômeros, cerâmica, especialidades químicas, alimentos e ingredientes, embalagens, cosméticos e cuidados pessoais, agroquímicos, equipamentos para exploração de petróleo e gás, geração e armazenamento de energia e construção civil, buscando a criação e desenvolvimento de produtos e processos sustentáveis.