Planos da Índia para produção de biocombustíveis renováveis devem beneficiar parceria de longo prazo com Brasil
A parceria que acaba de ser firmada entre o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e a Indian Oil Corporation, estatal indiana da área de energia, tem potencial para levar a biotecnologia industrial para um novo patamar. O acordo visa agregar valor aos resíduos agroindustriais abundantes a partir de tecnologias que, no Brasil, já vêm sendo aperfeiçoadas há mais de uma década.
A estatal indiana está interessada no desenvolvimento de etanol celulósico, combustível que pode ser obtido a partir de resíduos agroindustriais como bagaço e palha de cana-de-açúcar, além de outras biomassas. Para que a produção seja viável é imprescindível a utilização de enzimas industriais, proteínas que degradam a biomassa e tornam disponíveis os açúcares aprisionados nas paredes celulósicas.
Braço do CNPEM na pesquisa em biocombustíveis avançados, bioquímicos e biomateriais, o Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR) depositou patente de uma tecnologia enzimática comercialmente competitiva que permite a degradação da celulose, viabilizando a produção de bioetanol. Hoje, a produção de enzimas industriais está restrita a algumas poucas empresas situadas no hemisfério norte.
Conforme o do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o acordo de cooperação criará oportunidades para o licenciamento de tecnologias entre os dois países, além de aprimorar o intercâmbio científico.