Portal MCTI, em 09/04/2013
Um novo passo foi dado nesta terça-feira (9) pelo projeto Sirius, a nova fonte brasileira de luz síncrotron: a assinatura de um protocolo de intenções entre o governo de São Paulo e o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O documento que visa à implantação do acelerador de elétrons foi assinado pelo governador Geraldo Alckmin e pelo diretor em exercício do centro, Antônio José Roque da Silva, que dirige o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS).
O governo paulista trabalha na desapropriação de uma área de 150 mil metros quadrados (m2) ao lado do campus do CNPEM, em Campinas, a ser cedida ao centro para a construção de Sirius. O terreno pertence a uma instituição financeira que já aceitou os termos propostos. Segundo divulgado, o estado investirá R$ 23,4 milhões para desapropriá-lo.
O terreno cedido permitirá que o CNPEM mantenha intacto um dos últimos resquícios de Cerrado do município, que fica no campus da instituição. O acordo de desapropriação envolve ainda o adensamento dessa mata, com a plantação de 3.700 árvores nativas do bioma, a cargo da instituição financeira.
Sobre o projeto
Sirius é um acelerador de elétrons que será utilizado para analisar características microscópicas dos materiais. O equipamento, que será instalado num edifício de mais de 40 mil m2 e abrigará um anel de armazenamento de elétrons de 3 gigaelétron-volts (GeV) e de baixa emitância, emite luz do infravermelho aos raios X. Isso permite um estudo detalhado da composição molecular de compostos diversos, de proteínas usadas em remédios à estrutura de plásticos e metais.
O novo acelerador viabilizará a utilização da radiação síncrotron em um grande número de aplicações que, em função de limitações técnicas, não são possíveis na fonte atual disponível no LNLS desde 1997. A fonte do laboratório nacional foi a primeira a ser construída no Hemisfério Sul e até hoje é a única da América Latina.
A construção tem início previsto para este ano, com a terraplanagem e a drenagem preliminar do terreno, e término programado para 2016. O projeto prevê um investimento de R$ 650 milhões, divididos entre o MCTI e os demais investidores.
Texto: Ascom do MCTI, com informações do CNPEM e do governo de São Paulo
Repercussão: Jornal da Ciência,