Dos 375 projetos submetidos, 119 foram selecionados para desenvolvimento no primeiro semestre de 2026 nas linhas de luz do Sirius.
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), anunciou os projetos selecionados na sexta chamada pública para realização de experimentos científicos na linha de luz – como são chamadas as estações de pesquisas do Sirius, a maior infraestrutura científica já construída no País.

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Nesta chamada foram submetidos 375 projetos, dos quais 119 foram aprovados no processo de avaliação, o que corresponde a um terço das propostas avaliadas. Os projetos selecionados terão seus experimentos realizados em oito linhas de luz do Sirius (Carnaúba, Paineira, Mogno, Ema, Ipê, Cateretê, Imbuia, Sabiá), no período de janeiro a junho de 2026. Ao todo, dez linhas de luz estão em operação regular no Sirius, no entanto duas delas (Manacá e Cedro) têm operado em fluxo contínuo pelo mecanismo Fast Track, que permite o envio de propostas a qualquer momento. Saiba mais sobre as linhas aqui.
Pesquisadores de todas as regiões do Brasil foram responsáveis por 319 das submissões de projetos. A maioria das propostas nacionais foi enviada por pesquisadores da Região Sudeste, seguidas pelas regiões Sul, Nordeste, Norte e Centro Oeste, respectivamente. Das propostas aprovadas, as regiões nordeste e sudeste lideram os números com a taxa de 32 % projetos aceitos nesta chamada.
Quase 15% das propostas foram submetidas por pesquisadores de países de fora do Brasil, sendo a maioria dessas propostas provenientes da América do Sul, a grande maioria da Argentina.
Ressubmissão
Entre as propostas enviadas nesta chamada, 43 foram classificadas na modalidade de ressubmissão, que permite que projetos bem avaliados, mas não aprovados no ciclo anterior, tentem novamente. Nesse grupo, 19% das propostas foram aceitas.
A modalidade, incorporada ao processo no ciclo passado, surgiu como resposta à crescente competitividade das chamadas e ao número expressivo de projetos com mérito científico destacado.
Linhas de luz
Entre as oito linhas de luz disponíveis para submissão de projetos nesta chamada, a Carnaúba tem sido a mais procurada, seguida pela Paineira. Nos dois ciclos deste ano, a Carnaúba manteve a liderança em número de propostas, com a Paineira em segundo lugar. A Carnaúba é a linha de luz mais longa do Sirius, com aproximadamente 145 metros de distância entre a fonte de luz e o ambiente de amostra, o que permite uma alta demagnificação óptica e alcança resoluções espaciais na escala dos nanômetros.
Assim como nas chamadas anteriores, as propostas de pesquisa foram avaliadas através de um sistema de avaliação distribuída com duplo anonimato, em que todos os PIs (Pesquisadores Principais) da chamada são também potenciais revisores para a mesma chamada, dentro das suas áreas de atuação.
Todos os anos, o CNPEM lança duas chamadas para pesquisadores interessados em realizar experimentos nas linhas de luz do Sirius. Além do acesso às instalações, os projetos aprovados também contam com suporte de infraestrutura, incluindo alojamento e restaurante no campus do CNPEM. Os pesquisadores de instituições brasileiras e estrangeiros que residam em países da América Latina e Caribe podem solicitar auxílio financeiro para a utilização das instalações.
A próxima chamada de propostas, voltada a projetos que serão executados no segundo semestre de 2026, ocorrerá no primeiro semestre do mesmo ano, conforme a disponibilidade do acelerador.
Mais informações sobre submissão de propostas podem ser consultadas em Informações para Usuários.
Sobre o Sirius
Sirius é a mais complexa infraestrutura científica já construída no País, desenvolvida por pesquisadores e engenheiros do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em parceria com a indústria nacional. A fonte de luz síncrotron brasileira fica em Campinas (SP) e é financiada com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Nesta edificação está instalado um dos mais modernos aceleradores de elétrons do mundo, responsável por produzir um tipo especial de luz, chamada luz síncrotron. Esta luz é direcionada para diversas estações de pesquisa, que funcionam simultaneamente, e onde pesquisadores do Brasil e do exterior podem “iluminar” suas amostras e investigar a composição e a estrutura dos mais diversos materiais, com aplicações em praticamente todas as áreas do conhecimento.
Sirius permite que centenas de pesquisas acadêmicas e industriais sejam realizadas anualmente, por milhares de pesquisadores, contribuindo para a solução de grandes desafios científicos e tecnológicos, como o desenvolvimento de medicamentos e tratamentos para doenças, novos fertilizantes e tecnologias para agricultura, fontes renováveis de energia e materiais mais sustentáveis, entre muitas outras aplicações, com fortes impactos econômicos e sociais.
No momento, Sirius opera dez estações de pesquisas, já abertas à comunidade científica, e outras quatro estão em diferentes fases de montagem e de testes para finalização da chamada fase 1 do Projeto. A segunda fase do projeto Sirius está em andamento, e prevê a construção de dez novas estações de pesquisa, incluindo infraestrutura técnica e predial, além da contínua otimização dos aceleradores de elétrons. Com isso, Sirius será capaz de ampliar sua capacidade de atendimento, disponibilizando novas técnicas de análise para beneficiar a sociedade em diversos campos do conhecimento.
Sobre o CNPEM
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) abriga um ambiente científico de fronteira, multiusuário e multidisciplinar, com ações em diferentes frentes do Sistema Nacional de CT&I. Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o CNPEM é impulsionado por pesquisas que impactam as áreas de saúde, energia, materiais renováveis e sustentabilidade. Responsável pelo Sirius, maior equipamento científico já construído no País. O CNPEM hoje desenvolve o projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos. Equipes altamente especializadas em ciência e engenharia, infraestruturas sofisticadas abertas à comunidade científica, linhas estratégicas de investigação, projetos inovadores com o setor produtivo e formação de pesquisadores e estudantes compõem os pilares da atuação deste centro único no País, capaz de atuar como ponte entre conhecimento e inovação. As atividades de pesquisa e desenvolvimento do CNPEM são realizadas por seus Laboratórios Nacionais de: Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio), Nanotecnologia (LNNano) e Biorrenováveis (LNBR), além de sua unidade de Tecnologia (DAT) e da Ilum Escola de Ciência, curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia, com apoio do Ministério da Educação (MEC).






