Proposta pedagógica prevê uma sólida base de conhecimentos fundamentais, aliada a professores experientes e dedicados e na proximidade com o ambiente científico
Sede da Ilum Escola de Ciência, instalada no bairro Santa Cândida, em Campinas (SP)
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Organização Social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), traz à luz sua mais nova iniciativa: a Ilum Escola de Ciência. Sem fins lucrativos e com financiamento do Ministério da Educação (MEC), a Ilum é uma escola de graduação criada para formar profissionais aptos a atuar em áreas que exigem sólida base científica e tecnológica.
O plano pedagógico da Ilum baseia-se em um ensino de ciência aprofundado e inovador, fundamentado em metodologias ativas de ensino, aliadas a professores experientes e dedicados e a uma infraestrutura diferenciada. O seu objetivo é que os alunos se tornem profissionais engajados em problemas interdisciplinares, com formação sólida em linguagens matemáticas e computação e conhecimento em ciências da vida e da matéria, humanidades e empreendedorismo, que possam ser aplicados a diversos temas da atualidade.
“A vocação do projeto é a formação de cidadãos e profissionais conscientes dos desafios científicos, tecnológicos e econômicos globais, e que estejam preparados para serem protagonistas de transformações necessárias na sociedade frente a grandes problemas, como energias limpas, produção agrícola, sustentabilidade, saúde, fármacos, materiais e minerais estratégicos e outros.”, explica Adalberto Fazzio, diretor da Ilum e um dos idealizadores do projeto.
Nota máxima do INEP
O curso foi recentemente avaliado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão assessor do MEC, e obteve nota máxima em todos os quesitos. A avaliação considerou aspectos acadêmicos, como a proposta curricular, a infraestrutura e o corpo docente, e ainda o perfil socialmente abrangente dos alunos ingressantes.
Espaço de convivência (à esquerda) e laboratório úmido (à direita) fazem parte das instalações da Ilum Escola de Ciência
A Ilum oferecerá um único curso de bacharelado em ciência, tecnologia e inovação em período integral, com duração de três anos, com imersão gradativa no ambiente de pesquisa e de inovação tecnológica de ponta do CNPEM. O currículo contemplará os seguintes campos: Linguagens Matemáticas; Ciências da Vida, Ciências da Matéria, Humanidades e Empreendedorismo. Durante os primeiros dois anos, haverá aulas teóricas e práticas no prédio sede da Ilum com imersão gradual no CNPEM, e o terceiro ano será dedicado exclusivamente ao desenvolvimento de projetos no CNPEM.
“No último ano, os alunos poderão escolher projetos específicos, em que participarão juntamente aos pesquisadores do CNPEM. As disciplinas do curso apoiarão a execução desses projetos”, destaca Juliana Smetana, professora de Ciências da Vida.
A idealização da Escola de Ciência se iniciou a partir de discussões envolvendo parte do Conselho de Administração do CNPEM, professores, pesquisadores, engenheiros do Centro, assim como membros da comunidade científica. Na época, começou a se formar o desenho de uma escola focada no aluno, com formação sólida e interdisciplinar. A partir daí, foram pesquisadas e estudadas outras experiências pedagógicas com viés semelhante, tanto nacionais como internacionais.
Raízes históricas
A Ilum terá uma relação simbiótica com o CNPEM, um dos mais renomados polos de Ciência e Tecnologia do País, onde está instalado o Sirius, maior e mais complexo projeto científico brasileiro. Inclusive, a Ilum está sendo implantada no mesmo local onde o CNPEM começou: um prédio no bairro Santa Cândida, em Campinas-SP, endereço onde na década de 80 foi iniciado o desenvolvimento do primeiro acelerador de elétrons do Hemisfério Sul. Entre 2019 e 2020, o prédio foi reformado e adequado à proposta pedagógica da Escola.
Prédio no Bairro Santa Cândida (Campinas, SP), que em 1987 passou a abrigar a equipe e os desenvolvimentos da primeira fonte de luz síncrotron do Hemisfério Sul. Quase 35 anos depois, o mesmo prédio torna-se a sede da Ilum Escola de Ciência
Carreiras
O aluno da Ilum não permanecerá apenas na sede da escola, mas terá acesso constante ao campus do CNPEM, onde terá contato com o ambiente de pesquisa dos seus Laboratórios Nacionais. “Nosso projeto nasceu em um centro de pesquisa que recebe centenas de pesquisadores por ano, atende empresas em busca de inovação tecnológica e desenvolve pesquisas em áreas estratégicas. Esse conhecimento do CNPEM, aliado à proposta de busca de soluções por grandes problemas, culmina com um projeto pedagógico focado no aluno e no ensino sólido de ciência”, detalha Adalberto Fazzio.
Além da experiência do CNPEM, o desenho pedagógico da Ilum levou em consideração também discussões com a comunidade científica e consultores experientes na área de educação superior. “Nosso objetivo é que o profissional formado na Escola de Ciência esteja apto a atuar tanto como um pesquisador de fronteira ou tornar-se um líder, gestor ou empreendedor com visão de ciência e computação”, destaca Vinicius Wasques, professor de Matemática Aplicada da Ilum.
O curso será gratuito para o aluno, e a sua seleção de vagas será feita com base no resultado do ENEM, em uma carta de intenção escrita pelo candidato e, por fim, entrevista. O processo seletivo para admissão de alunos deve se iniciar em novembro de 2021 e o início do curso está previsto para fevereiro de 2022, com 40 vagas abertas anualmente. O perfil do aluno buscado pela Escola é o jovem curioso, que tenha interesse genuíno por ciência.
Próximos passos: “Diálogos Ilum”
Atualmente a Ilum está finalizando a fase de contratação de seus professores, e os próximos passos para sua implantação envolvem a preparação e treinamento de seu corpo docente. Como forma de fundamentar e alimentar este processo de amadurecimento pedagógico, a Ilum passa a promover um ciclo de discussões sobre temas ligados a ensino, ciência, tecnologia e inovação, os “Diálogos Ilum”.
Voltado para educadores, potenciais alunos e demais interessados por ciência e ensino, os diálogos serão realizados online, sempre às quintas-feiras, às 16h. A próxima edição dos “Diálogos Ilum” acontecerá em 24 de junho, com a participação do pesquisador Marco Antônio Moreira (Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS), e terá como tema “Metodologias Ativas com Significado”.
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Sobre o CNPEM
Ambiente de pesquisa e desenvolvimento sofisticado e efervescente, único no País e presente em poucos polos científicos no mundo, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) é uma organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações (MCTI). O Centro é constituído por quatro Laboratórios Nacionais e é berço do mais complexo projeto da ciência brasileira – o Sirius – uma das mais avançadas fontes de luz síncrotron do mundo. O CNPEM reúne equipes multitemáticas altamente especializadas, infraestruturas laboratoriais mundialmente competitivas e abertas à comunidade científica, linhas de pesquisa em áreas estratégicas, projetos inovadores em parcerias com o setor produtivo e ações de treinamento para pesquisadores e estudantes. O Centro constitui um ambiente movido pela busca de soluções com impacto nas áreas de saúde, energia, meio ambiente, novos materiais, entre outras. As competências singulares e complementares presentes no CNPEM impulsionam pesquisas e desenvolvimentos inovadores nas áreas de luz síncrotron; engenharia de aceleradores; descoberta de novos medicamentos, inclusive a partir de espécies vegetais da biodiversidade brasileira; desenvolvimento de processos bio e nanotecnológicos com foco na produção de materiais avançados para aplicações nos setores químico, de alimentos e bebidas, têxtil, petróleo e gás, defesa e aeroespacial; além de soluções biotecnológicas para o desenvolvimento sustentável de biocombustíveis avançados, bioquímicos e biomateriais.
Para mais informações:
Luciana Noronha – Comunicação CNPEM
luciana.noronha@cnpem.br