LINK: https://pages.cnpem.staging.wpengine.com/cienciaabertalnls/pos-ciencia-aberta/
Visitas ao Laboratório Nacional de Luz Síncrotron e atividades educativas comemoraram os 20 anos da primeira volta dos elétrons no acelerador
Mesmo com o frio e a chuva, mais de 3.500 pessoas participaram do dia aberto que comemorou o aniversário de 20 anos da primeira volta dos elétrons no acelerador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS). O dia de “Ciência Aberta” aconteceu no sábado, 21 de maio, no campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), e superou largamente as expectativas da organização.
“Havia uma demanda reprimida da população em conhecer as nossas instalações, especialmente o acelerador de elétrons da nossa fonte de luz síncrotron que, mesmo depois de 20 anos de operação, continua sendo a única fonte deste tipo em toda a América Latina”, afirma o diretor do LNLS, Antonio José Roque.
Com entrada gratuita, o evento teve atrações diversas, como visitas guiadas às instalações do LNLS, espaço para a manipulação de microscópios, praça de alimentação com food trucks, palestras informais no formato “Chopp com Ciência”, brinquedos para recreação infantil, além de atividades educativas no caminhão Oficina Desafio, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Por dentro do acelerador
Mais de 700 pessoas tiveram a oportunidade de fazer a visita completa às instalações do LNLS, em que puderam visitar locais de circulação restrita até mesmo aos funcionários do laboratório, como a ponte que dá acesso ao centro do acelerador de elétrons. “Normalmente esta ponte fica fechada, já que a entrada no centro da máquina é proibida quando ela está funcionando”, explica Ruy Farias, responsável pela operação do acelerador. No entanto, no sábado a fonte de luz síncrotron estava desligada, e os visitantes puderam circular de forma segura pelas áreas restritas.
O roteiro estendido também incluiu a visitação aos prédios auxiliares do laboratório, onde estão sendo desenvolvidos e medidos diversos componentes para a nova fonte de luz síncrotron Sirius, atualmente em construção pelo LNLS. Os visitantes se surpreenderam com o nível de complexidade do projeto e tiveram contato com os profissionais de diversas áreas tecnológicas envolvidas.
Opcionalmente ao roteiro estendido, foram oferecidas também visitas curtas, que proporcionaram uma visão panorâmica do acelerador, e de onde podem ser vistas as estruturas principais da fonte de luz.
Ciência para crianças e adultos
Ao final das visitas, os participantes puderam observar, em microscópios, materiais do cotidiano, como cristais de açúcar, sal, areia, insetos, fios de cabelo, ovos de peixe, micro-organismos presentes na água, dentre outros. A atividade encantou especialmente as crianças, que descobriram um universo de detalhes escondidos nos objetos do dia a dia ou em seu próprio corpo.
As crianças também puderam se divertir ao criar e construir coisas com materiais como madeira e materiais plásticos no espaço do caminhão Oficina Desafio, da Unicamp. E os menores gastaram sua energia entre o pula a pula e piscina de bolinhas, disponíveis na área de recreação infantil.
Já os adultos tiveram a chance de harmonizar ciência e chopp artesanal no espaço de food truck, onde foram feitas duas sessões de bate papo informais no formato “Chopp com Ciência”. Na primeira delas o biólogo e blogueiro Rafael Soares conversou com o publico sobre divulgação científica e a sua importância. Em seguida os participantes tiveram a chance de conhecer um pouco mais sobre o Projeto Sirius em um debate com o diretor do LNLS, José Roque.
Sirius
Com mais de 500 metros de circunferência, o Sirius será o maior a maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no País. A nova fonte de luz abrirá novas perspectivas de pesquisa em áreas como ciência dos materiais, nanotecnologia, biotecnologia, física, ciências ambientais e muitas outras. A construção do projeto, no campus do CNPEM, segue de acordo com do cronograma inicial, com cerca de 20% das obras já concluídas. Em dois anos, deve ocorrer a primeira volta de elétrons no Sirius. A abertura da fonte de luz para pesquisadores acontecerá um ano depois, em 2019.
Luz Síncrotron
A fonte de luz síncrotron do LNLS pode ser comparada à um grande microscópio, dedicado à análise de diferentes materiais, como metais e células humanas. Este é o único acelerador de elétrons da América Latina, um equipamento de alta tecnologia aberto à comunidade científica do Brasil e do exterior. A fonte de luz foi construída entre 1987 e 1997, com equipamentos projetados e produzidos pela equipe do LNLS. Há 20 anos, os elétrons deram a primeira volta neste acelerador, gerando o primeiro feixe de luz síncrotron. Esse tipo de luz apresenta diferentes comprimentos de onda, de infravermelho a raios-X, e é utilizada para análises nano e microscópicas.
CNPEM
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) é uma organização social qualificada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Localizado em Campinas-SP, possui quatro laboratórios referências mundiais e abertos à comunidade científica e empresarial. O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) opera a única fonte de luz Síncrotron da América Latina e está, nesse momento, construindo Sirius, o novo acelerador brasileiro, de quarta geração, para análise dos mais diversos tipos de materiais, orgânicos e inorgânicos; o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) desenvolve pesquisas em áreas de fronteira da Biociência, com foco em biotecnologia e fármacos; o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia de Bioetanol (CTBE) investiga novas tecnologias para a produção de etanol celulósico; e o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) realiza pesquisas com materiais avançados, com grande potencial econômico para o país. Os quatro Laboratórios têm, ainda, projetos próprios de pesquisa e participam da agenda transversal de investigação coordenada pelo CNPEM, que articula instalações e competências científicas em torno de temas estratégicos.