Correio Braziliense, em 11/11/2013
Quem somos, de onde viemos e para onde vamos? Em tempos de constante evolução tecnológica, uma das questões filosóficas que mais intrigam o homem tem como importante peça na busca por respostas um campo científico relativamente novo: a astrobiologia. Difundido a partir de 1998, quando a Nasa (a agência espacial norte-americana) decidiu adotá-lo em substituição à exobiologia – a procura por vida extraterrestre fora do planeta -, esse ramo da ciência vai além ao tentar entender melhor a vida na Terra e sua conexão com fenômenos cósmicos a partir de uma perspectiva multidisciplinar e integrativa. Astrônomos, biólogos, físicos, químicos e geólogos, entre outros estudiosos, têm, então, a chance de interagir para trabalhar em perguntas que dificilmente são respondidas isoladamente.
Nesse contexto, o Brasil teve fundamental contribuição com a criação, em maio, da Rede Brasileira de Astrobiologia (RBA). Em fase de implementação até 2017, e com proposta democrática para seus participantes, o sistema on-line de troca de informações, apesar de recente, colhe os primeiros frutos ao reunir aproximadamente 100 pesquisadores, programar eventos para troca de conhecimento e atender a demanda de material científico em português para jovens pesquisadores interessados na área. Tudo em nome do desenvolvimento da ciência, que poderá, dessa forma, caminhar para a criação de uma instituição de pesquisa nacional.
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“Apesar de termos trabalhos realizados individualmente há décadas, o Brasil está dando os primeiros passos na área. A astrobiologia é uma área de estudo muito ampla, que vai desde o surgimento do planeta até a evolução dos seres vivos. Existem grupos específicos há muito anos. Tentamos conectar todos os estudos para contribuir”, explica Douglas Galante, um dos cinco fundadores da rede e pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas, e do Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia da Universidade de São Paulo (USP).