Parceria internacional marca intercâmbio de cientistas e fortalece cooperação estratégica em ciência e tecnologia
O Brasil e a China inauguraram, em 25 de junho, o China-Brazil Joint Laboratory for Synchrotron Science and Technology (CBJSync), laboratório internacional compartilhado entre o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (São Paulo), e o Institute of High Energy Physics da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim. As atividades no laboratório já começaram e são um marco para o início dos trabalhos presenciais conjuntos.
O laboratório representa um novo capítulo na colaboração científica entre os dois países, com intercâmbio de pesquisadores e estudos de ponta na área de luz síncrotron, tecnologia essencial para estudos avançados em áreas como saúde, energia, meio ambiente e novos materiais.

Autoridades e membros do IHEP e do CNPEM durante cerimônia realizada no dia 25 de junho de 2025 em Campinas, São Paulo. Divulgação CNPEM
A cerimônia de inauguração foi no campus do CNPEM, com a presença de autoridades como Antônio José Roque da Silva, diretor-geral do CNPEM; Andrea Brito Latgé, secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI; Wu Zhaohui, vice-presidente da Academia Chinesa de Ciências; e Dong Yuhui, diretor-adjunto do Institute of High Energy Physics (IHEP). Foi revelada a placa comemorativa do CBJSync, seguida da primeira reunião de trabalho do laboratório conjunto.
A cooperação entre CNPEM e IHEP, oficializada em 2023, tem previsão inicial de cinco anos, com intercâmbio entre cientistas brasileiros do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), responsável pela operação do Sirius, uma das mais avançadas fontes de luz síncrotron do mundo, e os colegas chineses do High Energy Photon Source (HEPS), em fase de construção na China.
“A criação do CBJSync marca um novo capítulo na colaboração científica entre Brasil e China. Estamos somando competências consolidadas em luz síncrotron para enfrentar, de forma conjunta, desafios científicos de grande complexidade. Esse laboratório representa uma oportunidade concreta para gerar conhecimento, formar talentos e impulsionar soluções inovadoras com potencial de impacto global”, destacou o diretor José Roque.
Durante a cerimônia, o Vice-Presidente da Academia Chinesa de Ciências (CAS), Wu Zhaohui, ressaltou o papel do laboratório no avanço da cooperação científica: “A inauguração do CBJSync marca uma nova etapa de colaboração entre o CNPEM e o IHEP, resultado dos esforços conjuntos de cientistas chineses e brasileiros.” Ele destacou que a instalação serviria como uma plataforma fundamental para futuras parcerias, afirmando: “Aproveitando as forças tecnológicas complementares, os pesquisadores poderão avançar conjuntamente na evolução da tecnologia de fontes de luz de quarta geração, aumentar a eficiência do compartilhamento aberto de grandes infraestruturas de pesquisa, beneficiando ainda mais a comunidade científica global.”
Os pesquisadores visitaram as instalações do Sirius e participaram de sessões científicas diversificadas, como experimentos em patrimônio cultural, simulação de condições extremas de temperatura e pressão, uso de tecnologias de onduladores e sistemas criogênicos. A troca de experiências reforçou o espírito colaborativo da iniciativa.
Para Andrea Brito Latgé, do MCTI, a parceria é um exemplo do potencial da cooperação Sul-Sul. “Essa cooperação permite a troca de experiências entre laboratórios com competências complementares. Há uma vontade mútua de fortalecer o intercâmbio de jovens pesquisadores, o que é fundamental para o avanço da ciência, tecnologia e inovação em nossos países.”
O professor Glaucius Oliva, da Academia Brasileira de Ciências (ABC), também destacou o CBJSync como um modelo importante de colaboração internacional e um exemplo inspirador de espírito de parceria entre Brasil e China, que deve servir de referência para novos projetos conjuntos entre os dois países.
O CBJSync se integra às iniciativas multilaterais no âmbito do BRICS, contribuindo para fortalecer redes internacionais de pesquisa em grandes infraestruturas científicas e reafirmando o compromisso dos dois países com o avanço do conhecimento.

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Sobre o CNPEM
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) abriga um ambiente científico de fronteira, multiusuário e multidisciplinar, com ações em diferentes frentes do Sistema Nacional de CT&I. Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o CNPEM é impulsionado por pesquisas que impactam as áreas de saúde, energia, materiais renováveis e sustentabilidade. Responsável pelo Sirius, maior equipamento científico já construído no País. O CNPEM hoje desenvolve o projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos. Equipes altamente especializadas em ciência e engenharia, infraestruturas sofisticadas abertas à comunidade científica, linhas estratégicas de investigação, projetos inovadores com o setor produtivo e formação de pesquisadores e estudantes compõem os pilares da atuação deste centro único no País, capaz de atuar como ponte entre conhecimento e inovação. As atividades de pesquisa e desenvolvimento do CNPEM são realizadas por seus Laboratórios Nacionais de: Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio), Nanotecnologia (LNNano) e Biorrenováveis (LNBR), além de sua unidade de Tecnologia (DAT) e da Ilum Escola de Ciência, curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia, com apoio do Ministério da Educação (MEC).
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