Assessoria de Comunicação, em 07/10/2010
O trabalho de Ângela Saito, aluna de iniciação científica do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) orientada pelo pesquisador Jorg Kobarg, recebeu o Prêmio Iniciação Científica – Apresentação Oral na área de Mutagênese, concedido pela Sociedade Brasileira de Genética. Intitulado “A proteína regulatória humana Ki-1/57 é alvo de sumoilação” , foi considerado o melhor dentre os cinco selecionados para exposição oral durante o 56º Congresso Brasileiro de Genética, que aconteceu entre 14 e 17 de setembro, no Guarujá – SP.
Ângela faz iniciação científica no LNBio há um ano e dois meses. Ela está no último ano da graduação em Biologia na Unicamp e assim que se formar pretende ingressar diretamente no doutorado. Para isso já conta com aprovação do LNBio, conta Jorg. “Ela é muito dedicada, conseguiu resultados rápido.” Até o final do ano prestará prova na universidade e aguarda resposta para a bolsa requerida junto à Fapesp.
O projeto de pós-graduação dará continuidade à pesquisa premiada, aproveitando o mais novo laboratório do LNBio, de Modificação do Genoma. Os experimentos utilizarão camundongos nocaute, ou seja, sem o gene que Ângela vem estudando, para descobrir se há relação entre sua função e mutação que pode levar ao desenvolvimento tumoral. Ainda há poucos artigos sobre o assunto, cerca de 20 no mundo, sendo a maioria de cientistas do LNBio, mas há indícios de que seja uma oncoproteína, isto é, que tenha papel importante na transformação da célula em célula de câncer. “O que a Ângela observou em cultura de células é que a proteína Ki-1/57 sofre modificação por SUMO (small ubiquitin-like modifier)”, explica Jorg.
O trabalho consistiu na identifição dos resíduos de lisina que são alvos da proteína SUMO através de mutagênese. “Ki-1/57 se localiza no núcleo e no citoplasma. Agora vamos analisar se nossa versão mutante, que não é mais sumoilada, vai para o núcleo, ou para o citoplasma, além de analisar outros aspectos funcionais” complementa a jovem pesquisadora.
“Gosto de trabalhar em laboratório e fiquei feliz por receber o prêmio com apenas um ano de pesquisa”, diz Ângela, que também avalia positivamente a participação no congresso de genética. “Foi bom para ter uma visão geral, porque foram abordadas várias áreas como genética humana, vegetal, melhoramento animal, biologia molecular, evolução. Além disso, fiz um minicurso sobre microRNAs e câncer.” O prêmio concedido em dinheiro no valor de 600 reais foi patrocinado pela Eppendorf do Brasil.