Estudo do LNNano/CNPEM sobre sensores eletroquímicos capazes de avaliar a eficácia de quimioterápicos em células de pacientes com câncer de mama foi reconhecido com prêmio no SIBEE
Bruna Gabrielle Olsen Pinto, química e doutoranda no Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), recebeu o prêmio de melhor apresentação oral na categoria “Inovações em Eletroquímica e Eletroanalítica” durante o XXV Simpósio Brasileiro de Eletroquímica e Eletroanalítica (SIBEE), considerado o maior congresso da área no país. O evento foi realizado entre os dias 20 e 23 de outubro de 2025, em Águas de Lindóia (SP).

O trabalho premiado envolve o desenvolvimento de sensores eletroquímicos microfluídicos capazes de avaliar rapidamente a eficácia de quimioterápicos em células de pacientes com câncer de mama. A proposta é cultivar células tumorais em modelo bidimensional (2D) diretamente sobre a superfície dos sensores do chip, criando uma plataforma de testes que simula, em escala laboratorial, a resposta das células de cada paciente a diferentes tratamentos.
“O sensor que estamos desenvolvendo combina chips com múltiplos sensores obtidos por técnicas de micro/nanofabricação, medidas eletroquímicas rápidas e modelos de aprendizado de máquina para interpretar os dados gerados pelos sensores. Com essa integração, conseguimos estimar a viabilidade das células e calcular parâmetros farmacológicos importantes, como a concentração letal mediana (LC₅₀), que indica a eficácia de cada quimioterápico testado”, explica Bruna Olsen.
Um dos objetivos do projeto, que é conduzido no CNPEM sobre orientação do pesquisador do LNNano, Renato Sousa Lima, é desenvolver um sensor capaz de agilizar e personalizar a definição dos protocolos quimioterápicos, permitindo identificar, de forma não invasiva e em tempo real, quais medicamentos apresentam maior potencial terapêutico.
“O objetivo é tornar mais célere e eficaz a definição do tratamento quimioterápico das pacientes, lhes possibilitando um tratamento personalizado com maior eficiência terapêutica e menor ocorrência de efeitos colaterais”, explica Lima.
A pesquisa está sendo desenvolvida em parceria com os grupos da pesquisadora do Laboratório Nacional de Biociência (LNBio/CNPEM), Sandra Dias, e do pesquisador do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), Roger Chammas, e conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). As expectativas são de que os primeiros resultados da pesquisa, iniciada em julho de 2025, sejam publicados no primeiro semestre de 2027.
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) abriga um ambiente científico de fronteira, multiusuário e multidisciplinar, com ações em diferentes frentes do Sistema Nacional de CT&I. Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o CNPEM é impulsionado por pesquisas que impactam as áreas de saúde, energia, materiais renováveis e sustentabilidade. Responsável pelo Sirius, maior equipamento científico já construído no País. O CNPEM hoje desenvolve o projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos. Equipes altamente especializadas em ciência e engenharia, infraestruturas sofisticadas abertas à comunidade científica, linhas estratégicas de investigação, projetos inovadores com o setor produtivo e formação de pesquisadores e estudantes compõem os pilares da atuação deste centro único no País, capaz de atuar como ponte entre conhecimento e inovação. As atividades de pesquisa e desenvolvimento do CNPEM são realizadas por seus Laboratórios Nacionais de: Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio), Nanotecnologia (LNNano) e Biorrenováveis (LNBR), além de sua unidade de Tecnologia (DAT) e da Ilum Escola de Ciência, curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia, com apoio do Ministério da Educação (MEC).Sobre o CNPEM






