Assessoria de Comunicação em 29/07/2011
Microorganismos patogênicos como Yersinia pestis, agente causador da peste bubônica; Pseudomonas aeruginosa, bactéria responsável por infecções nosocomiais (hospitalares) e capaz de provocar destruição pulmonar severa em pacientes com queimaduras câncer e AIDS; e Streptococcus pneumoniae, que causa infecções respiratórias, utilizam vários sistemas macromoleculares complexos para aderir às células eucarióticas, injetar toxinas, e iniciar o processo infeccioso.
A equipe da brasileira Andrea Dessen, do Instituto de Biologia Estrutural de Grenoble, na França, utiliza técnicas de bioquímica, cristalografia, e biologia celular para compreender detalhes atômicos do sistema de secreção de tipo III (SST3), um complexo membranário em forma de seringa que injeta toxinas diretamente no citoplasma da célula-alvo, assim como o mecanismo de formação de fibras na superfície bacteriana, essenciais para o reconhecimento da matriz extracelular eucariótica.
Andrea, que atua há mais de 20 anos fora do país, apresentou ao Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), nos dias 30 e 31/03, os resultados de seus estudos, que representam novos alvos para o desenvolvimento de antibióticos potenciais.
Após conhecer as linhas de pesquisa desenvolvidas no LNBio, ela conversou com doutorandos e pós-doutorandos. Contou sua trajetória desde a faculdade em engenharia, a rotina da equipe em patogênese bacteriana na França e deu dois conselhos: estudar inglês até alcançar fluência no idioma antes de ir para o exterior e elaborar projetos ousados.
Outros visitantes do exterior: Química Verde e peixe-zebra
Também visitaram o LNBio recentemente James Clark (30/03), diretor do Centro de Excelência em Química Verde da Universidade de York, e Miguel Allende (04/04), do FONDAP Center for Genome Regulation/Universidade do Chile. O inglês falou sobre abordagem da Química Verde acerca do ciclo de vida dos produtos – recursos renováveis, fabricação “limpa” e uso de resíduos como matéria-prima.
Já o tema da palestra de Allende foi o peixe-zebra como modelo de estudo em imunidade, câncer e regeneração de tecidos. Nos últimos anos tem aumentado a importância da espécie em pesquisas de genética do desenvolvimento e estudos pré-clínicos para novos fármacos. Um genoma seqüenciado e avançadas tecnologias de manipulação complementam a atratividade de embriões e larvas cuja transparência permite monitorar células in vivo e expressão gênica em tempo real. A conservação de vias e mecanismos moleculares entre teleósteo e ser humano permite a detecção de fatores que modulam ou interferem em funções biológicas como resposta imune, regenerativa e formação de tumor.