Publicado originalmente em ABBI em 30 de novembro de 2022
Estudo avalia soluções eficientes no uso de recursos biológicos e renováveis
Com o objetivo de avaliar as oportunidades geradas pela bioeconomia no Brasil em um contexto de transição para uma economia de baixo carbono no Brasil, a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) acaba de lançar o estudo inédito “Identificação das Oportunidades e o Potencial do Impacto da Bioeconomia para a Descarbonização do Brasil’. Focada nas soluções de bioinovação com maior potencial de mitigação de gases de efeito estufa, a pesquisa foi realizada em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Agroenergia), Laboratório Nacional de Biorrenováveis do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (LNBR/CNPEM), Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (SENAI/CETIQT) e o Laboratório Cenergia/UFRJ.
A fim de evidenciar os benefícios da adoção mais intensificada da biotecnologia industrial, a investigação científica considera distintas trajetórias para o Brasil até o ano de 2050, a partir das quais se propõe um Cenário Potencial da Bioeconomia. Nesse panorama, avalia-se como a bioeconomia complementa a transição energética para a inserção de tecnologias promissoras de biorrenováveis dentro das cadeias produtivas.
Entre as principais contribuições do estudo está a classificação de soluções que impactam no aumento da produtividade da agricultura, possibilitam a liberação de áreas que podem ser reaproveitadas com asculturas energéticas e reduzem as emissões durante o processo produtivo. A iniciativa também avalia as tecnologias que viabilizam o aproveitamento integral da biomassa e ampliam a circularidade na bioeconomia ao oferecer oportunidades para resíduos que antes seriam descartados ou utilizados de forma ineficiente.
Os resultados do estudo indicam que a total implementação da bioeconomia no país pode atingir um faturamento industrial adicional de US$ 284 bilhões/ano, quando comparado às políticas correntes de mitigação de emissões de gases de efeito estufa. O desenvolvimento dessa trajetória, segundo o estudo, deve ser apoiado pela promoção coordenada de políticas públicas que considerem as particularidades e vantagens competitivas brasileiras no contexto de transição para uma economia de baixo carbono.
Dentre as iniciativas de soluções climáticas propostas na COP27 para aprimorar a ação global e garantir que as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) dos países e as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris, está a de propor mudanças nos sistemas de transportes, a fim de descarbonizar e melhorar o cenário da mobilidade urbana. O objetivo é que a iniciativa seja implementada em diversas regiões do mundo a fim de melhorar o acesso a soluções resilientes e de baixo carbono.
“O estudo é resultado de um amplo esforço em conjunto com organizações que são referências em pesquisa e bioinovação no Brasil. Nele, evidenciamos as oportunidades ambientais, econômicas e sociais oriundas pelo desenvolvimento da bioeconomia avançada o Brasil. Esperamos que o resultado sirva de base para agentes públicos e privados pautarem as políticas de economia verde em nosso país”, comenta Thiago Falda, presidente executivo da ABBI.
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