07/01/2015, CBPF
Apontado como o maior projeto da ciência brasileira de todos os tempos, o acelerador de partículas Sirius caminha para virar realidade em breve. No mês passado foi assinado o contrato de construção do prédio que irá abrigá-lo em uma área de 68 mil metros quadrados em Campinas/SP. A previsão é que a máquina comece a operar em 2018.
O Sirius terá um anel de 165 metros de diâmetro, que será usado para acelerar elétrons a uma velocidade muito próxima da velocidade da luz (99,999999%, para ser exato). Diferentemente do que ocorre no Large Hadron Collider (LHC) e outros grandes laboratórios dedicados ao estudo da física de partículas, porém, o objetivo do Sirius não é fazer com que os elétrons se choquem, mas aproveitar a luz que é gerada por eles quando acelerados a essa velocidade.
Essa luz, chamada de luz síncrotron, é uma radiação eletromagnética de amplo espectro, abrangendo diferentes tipos de energia, desde o infravermelho até os raios X. Ela é captada de dentro do anel e direcionada para as chamadas “linhas de luz”, onde os cientistas podem utilizá-la para uma série de aplicações — principalmente, para investigar as propriedades atômicas de materiais, tanto orgânicos (como uma célula, ou uma proteína) quanto inorgânicos (como uma liga de metal ou algum tipo de cerâmica industrial).
O Sirius vai substituir o acelerador atual, chamado UVX, que foi inaugurado em 1997 e funciona bem até hoje, mas é pequeno demais para atender às demandas científicas da atualidade. Ambos os projetos são desenvolvidos e construídos no Brasil.
O projeto é do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM/MCTI).
*Com informações do Estadão.