Premiação da SBPC com apoio do CNPEM é estímulo à produção científica de mulheres e meninas e busca colaborar para aumento da participação feminina nas futuras gerações de cientistas
Com recorde de inscrições, a 6ª edição do Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”, uma realização da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), conta com o apoio fundamental de importantes instituições. A Fundação Conrado Wessel, Instituto Serrapilheira, Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) e Complexo Pequeno Príncipe impulsionaram esta edição com patrocínios para a premiação que destacará seis jovens talentos da ciência nacional.
Esta premiação de 2024/25 também conta com o apoio do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e da Fundação Péter Murányi.
Neste ano, o prêmio é dedicado à categoria “Meninas na Ciência”, que tem como objetivo reconhecer e incentivar estudantes do Ensino Médio e da Graduação que demonstram potencial e interesse em seguir a carreira científica. Com os patrocínios, a SBPC oferecerá às três vencedoras do Ensino Médio um prêmio de R$ 7 mil reais e ao trio da Graduação, R$ 10 mil para cada.
Carlos Vogt, diretor-presidente e coordenador Cultural da Fundação Conrado Wessel (FWC), destacou a importância do prêmio para o fomento à ciência entre as jovens. “O Prêmio Carolina Bori, já em sua 6ª edição, é uma importante iniciativa da SBPC para motivar e incentivar jovens estudantes do Ensino Médio e da Graduação a se dedicarem e a cultivarem, desenvolvendo o amor à ciência, num estágio fundamental da vida escolar, em que amadoras da ciência, não sendo ainda profissionais, amam e caminham pelo sentimento e pelas técnicas de iniciação científica, para a realização futura de novas pesquisadoras e cientistas. A iniciativa, já importante conceitualmente, adquire ainda maior relevância como estratégia para focar as ações de incentivo e motivação no universo de meninas e mulheres, que se constitui, cada vez mais, no grande potencial de inteligência e cultura na sociedade contemporânea.”
Cristina Caldas, diretora de Ciência do Instituto Serrapilheira, também ressaltou a relevância do prêmio. “Oferecer um prêmio para meninas na ciência, estudantes que ainda estão no Ensino Médio e Graduação, é uma forma de mostrar para outras meninas que ser cientista é um caminho possível para elas; de permitir que elas se reconheçam nas vencedoras. Ou seja, é uma iniciativa que vai muito além da premiação em si, pois tem um efeito motivador e agregador de engajar mais mulheres na ciência.”
Nordman Wall, presidente da Fapema, também enfatizou o apoio ao Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher como um investimento no futuro da ciência brasileira, com foco na promoção da diversidade e inclusão. “O prêmio é um incentivo essencial para que jovens talentosas vejam na ciência um caminho de transformação e desenvolvimento. Patrocinar essa iniciativa da SBPC é um compromisso com o futuro do País. A Fapema, como agência de fomento à pesquisa do Governo do Estado do Maranhão, orgulha-se de apoiar essa ação que está em sua 6ª edição. Esta iniciativa está alinhada às metas da Fundação de promover programas que incentivam jovens e é especialmente importante por refletir a diversidade e a inclusão”, pontuou.
De acordo com Carolina Cardoso de Mello Prando, diretora de Medicina Translacional do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe (IPP), está na essência do Complexo Pequeno Príncipe, além de oferecer o melhor em saúde, também inovar, desenvolver novas soluções e melhorar os tratamentos, diagnósticos e qualidade de vida de crianças e adolescentes. “Participar do Prêmio Carolina Bori é apoiar o futuro por meio de novas descobertas e reforçar o compromisso do Pequeno Príncipe com o apoio e incentivo a mulheres e meninas na ciência. Esse prêmio serve como reconhecimento e estímulo para aquelas que já são cientistas e pesquisadoras, bem como para aquelas que almejam se tornar. Ele representa um impulso para que não desistam e sigam em frente, pois sabemos que a trajetória científica é desafiadora, especialmente para as mulheres, que enfrentam ainda mais obstáculos. Portanto, esse reconhecimento e apoio são essenciais.”
O Prêmio Carolina Bori foi criado pela SBPC em 2019 com o objetivo de celebrar a produção científica feminina no Brasil. A premiação alterna anualmente duas categorias: “Mulheres Cientistas”, dedicada a pesquisadoras já consolidadas em suas carreiras, e “Meninas na Ciência”, que foca em jovens cientistas em formação. Uma sondagem recente feita pela equipe de Comunicação da SBPC, revelou que entre as estudantes já premiadas, 82% optaram por seguir na carreira acadêmica, e muitas relatam que o prêmio foi um fator decisivo para escolherem a ciência como trajetória profissional. Os números desta terceira edição voltada às “Meninas na Ciência” confirmam o crescimento e impacto desta iniciativa: foram submetidas 765 inscrições válidas, 71,5% candidatas a mais que na anterior, em 2022.
Francilene Procópio Garcia, vice-presidente da SBPC e coordenadora da premiação, celebrou o apoio das instituições e destacou a importância do envolvimento delas na construção de uma premiação nas duas categorias que, anualmente, destacam a relevância das mulheres e meninas na ciência. Ela enfatiza que, cada vez mais, é fundamental que as mulheres tenham condições de opinar e decidir sobre uma carreira científica, sendo apoiadas nesse processo. “As mulheres desempenham um papel essencial na construção do conhecimento científico no Brasil, e, embora elas possam ocupar qualquer espaço, é na ciência que gostaríamos de vê-las cada vez mais. Devemos garantir melhores condições de participação para elas. Esta sexta edição, ao reconhecer o trabalho de iniciação científica no ensino médio e na trajetória dos cursos de graduação, oferece mais inspiração e força para que as meninas sigam seus caminhos em direção à carreira científica, contando com o apoio das instituições e das políticas públicas disponíveis no país.”
Visita inspiradora
Além do valor em dinheiro, as seis ganhadoras desta 6ª edição serão premiadas com uma série de oportunidades para expandir suas carreiras científicas: elas apresentarão seus projetos na 77ª Reunião Anual da SBPC, em julho de 2025, em Recife (PE), e participarão de uma mentoria exclusiva com pesquisadores renomados, ampliando suas perspectivas acadêmicas e profissionais. Elas também serão agraciadas com uma visita ao CNPEM, em Campinas, que abriga o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, a única fonte de luz síncrotron da América Latina.
Antonio José Roque da Silva, diretor-geral do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), destacou o compromisso da instituição com a equidade de gênero na ciência, reforçando a importância da diversidade para o avanço científico e para um futuro mais inclusivo. “Reconhecer, incentivar e promover a carreira científica de meninas e mulheres é essencial não apenas para a ciência, mas também para uma sociedade mais justa e sustentável”, afirmou.
Ele ressaltou que a visita das vencedoras ao CNPEM será inspiradora, especialmente ao conhecerem o Sirius, o projeto científico mais complexo do Brasil. “O Sirius, idealizado e operado por brasileiros, simboliza nossa capacidade de estar na vanguarda do conhecimento”, explicou.
Além disso, as premiadas terão contato com mulheres líderes no CNPEM, incluindo pesquisadoras e engenheiras de diferentes origens. “Vamos propor uma agenda que inclua todos os nossos Laboratórios Nacionais, apresentando projetos em áreas como saúde, biociências e nanotecnologia, além de oportunidades de capacitação e interação com nossas instalações”, concluiu.
Seleção e anúncio das vencedoras
A escolha das vencedoras desta 6ª edição será feita por uma Comissão Julgadora composta exclusivamente por cientistas mulheres, designadas pelo Conselho da SBPC e composta por 15 membros, incluindo representantes da SBPC, Academia Brasileira de Ciências e das instituições patrociadoras. As vencedoras serão anunciadas no dia 20 de janeiro de 2025 nos canais da SBPC.
A cerimônia de premiação ocorrerá em 11 de fevereiro de 2025, em São Paulo, por ocasião do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, com transmissão ao vivo pelo Canal da SBPC no YouTube.
Vivian Costa – Jornal da Ciência