G1, 11/03/2020
Coordenador prevê envio de plano diretor à Câmara dos Vereadores até dezembro, e criação de leis que dependem de aval da Alesp e Congresso. Convênio foi assinado nesta quarta-feira (11).
Imagens da área que irá abrigar o ‘campus inteligente’, em Campinas — Foto: Carlos A. Coutinho
A criação do “campus inteligente” em Campinas (SP) deve incentivar a criação de novas parcerias público-privadas no município por meio de uma possível zona econômica especial, de acordo com o professor da Unicamp e coordenador do projeto, Marco Aurélio Pinheiro Lima. O convênio para criação do Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS) foi assinado nesta quarta-feira (11) e oficializa investimento de US$ 1 milhão do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O acordo foi celebrado no Palácio dos Bandeirantes, capital paulista, por meio de representantes da universidade, do governo do estado e da prefeitura. De acordo com Lima, a expectativa é de que inicialmente um plano diretor seja enviado à Câmara dos Vereadores até dezembro para análises, enquanto que as discussões e votações ocorram no início de 2021, primeiro ano da nova legislatura.
Os recursos do BID serão destinados para formulação das regras de zoneamento e para governança do espaço com 11,3 milhões de metros quadrados. A área inclui campus da Unicamp, PUC-Campinas, espaço da Companhia de Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia da cidade, onde fica, por exemplo, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). O G1 acompanha desde 2018 os estudos.
“A iniciativa parte do pressuposto que vamos organizar o plano de negócios no sentido de que a presença de uma empresa fortaleça de outras […] É um projeto a longo prazo”, falou o coordenador ao mencionar que empresas privadas de alta tecnologia participam do Conselho Consultivo sobre o processo.
Professor Marco Aurélio Pinheiro Lima, responsável pelo Plano Diretor da Unicamp, mostra planejamento de hub internacional à PUC-Campinas — Foto: Antoninho Perri/Ascom/Unicamp
Lima destaca que parte da nova legislação deve ser levada ao Congresso Nacional, incluindo a criação de uma zona econômica especial; enquanto que outra deve ser discutida pela Assembleia Legislativa (Alesp). Ele ressalta que o propósito é estabelecer um ambiente de alta tecnologia, com valorização do desenvolvimento sustentável, e vê uma série de benefícios em todas as áreas de conhecimento.
“Se a gente conseguisse atrair e criar pontes entre a universidade e a iniciativa privada, a gente poderia seguradamente caminhar para melhorar a saúde pública e, ao mesmo tempo, engajar a universidade para desafios de alta tecnologia”, afirma ao ponderar que o financiamento da instituição também poderia incorporar novos modelos.
“Precisamos defender a natureza pública da universidade, mas ela também precisa saber se relacionar o mundo privado, criar um mundo onde os dois saem fortalecidos.”
Em nota, a prefeitura destacou que já dispõe de legislação e de normas tributárias que contribuirão para a criação do campus. “Trata-se de um projeto inédito no país, que vai servir de referência para o estado de São Paulo e para o Brasil. O prazo de execução do plano é de 36 meses”, diz texto.
Localização estratégica
Além de ser construído no núcleo de tecnologia de Campinas, o complexo ficará próximo das rodovias Governador Doutor Adhemar Pereira de Barros, conhecida como Campinas-Mogi-Mirim, Dom Pedro I (SP-065) e do sistema Anhanguera-Bandeirantes.
Na metrópole, também está localizado o Aeroporto Internacional de Viracopos.