03/09/2010 – Portal Brasil França
Um anel acelerador de elétrons de 146 metros de diâmetro e equipado de 18 seções retas é o mais novo projeto do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas (SP). Com um faixa de frequência de raios luminosos mais ampla, a nova máquina, se o projeto for decidido, poderá atuar em maior número de aplicações que o UVX, o anel atual.
Orçado em US$ 200 milhões, o futuro anel Sirius, como foi denominado, será uma fonte de luz síncrotron de terceira geração, com aplicações em diversas áreas do conhecimento, como nanobiologia, farmacologia, energia, microeletrônica, alimentos, materiais e paleontologia.
Síncrotrons são aceleradores de elétrons que, na fase de aceleração, produzem raios de luz de freqüências distintas, cada uma útil para um tipo de aplicação que pode envolver estudos de estruturas em escala atômica, molecular e microscópica
O UVX, cujo diâmetro é de 30 metros, opera atualmente com uma energia de 1,37 GeV (gigaelétron-volt), o que permite formar radiações eletromagnéticas que vão até a faixa dos raios X moles. O Sirius, por sua vez, trabalhará com 3 GeV, o que, além de gerar mais intensidade de luz, também ampliará sua faixa de alcance para os raios X duros, permitindo o estudo de estruturas mais densas.
Com cerca de 2 000 usuários regulares, que realizam 460 propostas de pesquisa, o LNLS que abriga o UVX é um laboratório aberto a cientistas do Brasil e do exterior interessados em utilizar a tecnologia síncrotron em seus trabalhos. O novo anel não só ampliará o número de usuários como também de disciplinas beneficiárias. Outro nicho de usuários do LNLS é o setor industrial.
“No Japão, há 180 empresas que utilizam regularmente o síncrotron Spring 8, o que mostra a importância dessa tecnologia para a inovação tecnológica”, aponta Roque da Silva. Segundo ele, países como Taiwan, Coréia do Sul, Dinamarca e Suécia estão construindo seus próprios aceleradores síncrotron, com o objetivo de atender, além das universidades, o parque industrial do país. Na França, um dos maiores usuários do síncrotron ESRF, em Grenoble, é um grupo internacional de cosmética. “A nanocosmética tem se desenvolvido muito e a indústria francesa utiliza a tecnologia síncrotron”, disse Roque da Silva, diretor do LNLS e professor à l’Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP).
A nova máquina também terá um dos fachos mais brilhantes que existe. “Quando entrar em operação, o Sirius estará entre as três melhores máquinas do tipo no mundo”, disse o Sr. Da Silva. Um protótipo está sendo montado; a partir da aprovação do orçamento, segundo o francês Yves Petroff, diretor científico no LNLS e ex diretor geral do ESRF, a construção do anel
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