O que dizem sobre o Projeto Orion

Harry Westfahl Jr.

Diretor do LNLS/CNPEM

O desenvolvimento de instrumentos e protocolos de coleta de imagens que, ao mesmo tempo, sigam todas as normas de segurança necessárias em laboratórios de máxima contenção biológica, e que permitam fazer experimentos inéditos na área, é um dos maiores desafios técnicos do projeto. Iremos garantir que o fluxo de pesquisa com luz síncrotron dentro deste ambiente NB4 seja dinâmico e ajude a fornecer as respostas para as perguntas científicas dos profissionais que irão utilizar a infraestrutura de pesquisa. Durante esse desenvolvimento, combinaremos as linhas de luz dentro do prédio do NB4 com linhas de luz dentro do Hall experimental do Sirius e livres do risco de infecção para que sirvam de simulação com cópias fiéis das linhas que estarão em um ambiente de difícil acesso. Este tipo de estratégia para um modelo de treino e simulação é semelhante ao adotado pela NASA em missões como a Apolo 11 ou a Mars Hover.

Mais depoimentos

Edison Durigon
Coordenador do Laboratório Klaus Stewien (ICB-USP)

O Orion é importantíssimo e vai ser um complexo laboratorial fantástico! Precisamos de ainda mais unidades como essa nos grandes centros urbanos do país, como São Paulo e Rio de Janeiro, e também na Amazônia, onde existem muitas doenças infecciosas. O Brasil está atrasado na capacidade de lidar com novos patógenos, como a Covid-19 demonstrou. Durante a resposta do país a essa pandemia, os laboratórios NB3 ficaram sobrecarregados, o que representou um gargalo na possibilidade do país desenvolver sua própria vacina em tempo hábil

Luis Fernandes
secretário-executivo do MCTI

Se as pandemias são globais, infelizmente a capacidade de enfrentamento a elas depende de estrutura nacional, como vimos na distribuição de vacinas e de equipamentos com a Covid-19. A crise revelou como somos dependentes da importação de insumos e de instrumentos, então ter uma capacidade nacional é primordial para a preservação da vida e saúde dos brasileiros

Fernando Spilki
Virologista coordenador da Rede Corona-Ômica

Precisamos estar preparados não só para detectar e estudar esses agentes patológicos, como também para desenvolver ferramentas de prevenção e tratamento. Isso demanda infraestrutura avançada e completa, não há mais espaço para improviso. Já temos evidências muito claras de que a emergência de novos vírus e outros patógenos deve ser uma tônica das próximas décadas do século XXI

Luciana Santos
Ministra do MCTI do governo federal

A pandemia recolocou no centro do debate a importância do domínio nacional de uma base produtiva em saúde, bem como o papel do Estado na coordenação de agentes e investimentos no enfrentamento da crise sanitária. Nesse contexto, a implantação do laboratório de biossegurança nível 4 é estratégica para o país. E a conexão entre o NB4 e a fonte de luz síncrotron abrirá grandes oportunidades de pesquisa e desenvolvimento na área de patógenos, posicionando o Brasil como liderança global.