MCTI, em 30/06/2015
O acordo, que envolve o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron e o Laboratório Nacional Argonne, prevê ações como o intercâmbio de dados científicos e a organização de encontros para debater o tema.
O diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Carlos Américo Pacheco, e o diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), Antonio José Roque, assinaram com o diretor do Laboratório Nacional Argonne, Peter Littlewood, e o Diretor do Advanced Photon Source (APS), Stephen Streiffer, um memorando de entendimento para desenvolver mecanismos e processos para aprofundar a colaboração relacionada a P&D com fontes de luz síncrotron. A cerimônia de assinatura ocorreu na Câmara de Comércio dos Estados Unidos, em Washington, nesta terça-feira (30).
O acordo menciona, como formas de cooperação, o intercâmbio de dados científicos e técnicos, a organização de encontros para discutir tópicos específicos voltados às atividades, o planejamento de projetos e a mobilidade acadêmica de cientistas, engenheiros e outros especialistas em síncrotron.
O desenvolvimento das tecnologias de luz síncrotron tem como resultado ampliar as investigações nas áreas de saúde, energia, novos materiais, biotecnologia, nanotecnologia, agricultura, entre outras. Ela permite a investigação no nível atômico e molecular das propriedades dos diferentes materiais orgânicos e inorgânicos.
“O projeto Sirius desperta enorme interesse no Brasil e em todo o mundo pelos desafios de desenvolver e construir um equipamento no estado da arte das tecnologias de fontes de luz”, afirmou Pacheco. Segundo ele, a cooperação entre o CNPEM – organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – e o Laboratório Argonne é um passo muito relevante para os Estados Unidos e para Brasil trabalharem juntos nestes desafios. “Mas a cooperação vai além disto, pois laboratórios abertos como o CNPEM e o LNLS têm muito a oferecer à comunidade científica e empresarial dos dois países, nos esforços de ampliar a cooperação internacional em ciência e inovação”, afirmou.
Para Streiffer, “a colaboração internacional em infraestrutura avançada de luz síncrotron e em ciência de raio X são essenciais para a comunidade científica e tecnológica e para o progresso nas áreas de energia e nos desafios de inovação dos nossos tempos. A relação entre o Sirius e o APS é um passo importante para as que as duas nações retirem o máximo das possibilidades oferecidas pelos rápidos avanços para as tecnologias de fontes de luz”.
Segundo Roque, o objetivo da cooperação é combinar os conhecimentos complementares entre os dois laboratórios nas áreas de física de aceleradores e de linhas de luz. “Como o Sirius será um dos primeiros síncrotrons de quarta geração do mundo, há interesse por parte de Argonne em acompanhar a sua construção. Por outro lado, é interessante para o LNLS estabelecer essa parceria com o APS, que é o maior síncrotron americano”.
No evento da Câmara de Comércio, na qual ocorreu a assinatura do memorando, ao discursar sobre a relação bilateral, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ressaltou a importância da cooperação em luz síncrotron, salientando a interação entre os dois países em uma área de alta tecnologia. Segundo Levy, o acordo é uma forma de aproximar os dois países e fortalecer a agenda de inovação, que é essencial para as economias brasileira e americana.
Repercussão: Agência Gestão CT&I; LabNetwork; ISITEC; FAPERGS