Jornal Metro, em 31/10/2012
O aterro sanitário Delta, para onde é destinado o lixo de Campinas, possui alta concentração de metais pesados em suas águas, segundo apontou pesquisa realizada pela engenheira ambiental Bruna Fernanda Faria, da Unicamp.
De acordo com ela, o estudo encontrou presença de chumbo, cromo, níquel, zinco e cobre nas águas dos lençóis e córregos que passam pelo subterrâneo do local.
Para chegar ao resultado, Bruna utilizou a técnica da fluorescência de raio-X, no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron – que permite identificar os tipos de elementos presentes.
Em amostras coletadas entre 2009 e 2011 foram encontradas situações mais graves em alguns meses.
“Níquel encontramos acima do que a legislação permite, mas não dá pra associar diretamente com o aterro, mas chumbo foi o que mais teve alta concentração em dois meses, que extrapolou a legislação – 100 vezes mais. Se essa água for consumida ou atingir o próprio lençol existe um risco grande de contaminação. O cromo também foi encontrado em excesso – 10 vezes mais – o que é altamente tóxico e cancerígeno.
Desativados O lixão da Pirelli e também o aterro Santa Bárbara, que foram desativados há 20 anos, também estão contaminados, principalmente com chorume – líquido que sobra do lixo em decomposição.
Segundo Bruna, a meta é enviar a pesquisa para a prefeitura, já que de posse dela, será possível tomar algumas medidas preventivas para evitar que a população tenha contato com a água dessa região e assim não ser contaminada.
A pesquisa
Coleta de amostras para a pesquisa foi realizada entre 2009 e 2011.
O que foi encontrado? Metais como chumbo, cromo, níquel, zinco . No caso do chumbo, a concentração chegou a 100 vezes mais.
Locais das amostras
Foram pesquisados poços próximos ao aterro Delta e também ao lixão da Pirelli e aterro do Parque Santa Bárbara, que foram desativados há 20 anos.
Doutorado
Ela defendeu tese de doutorado junto à Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Unicamp.