Crônicas da KBR, em 24/03/2017
O governo federal investiu recursos numa força-tarefa emergencial sobre o zika vírus. Os resultados começam a aparecer: entre os achados, o mapeamento gênico do patógeno pela Fiocruz e a estrutura molecular do vírus pelo Laboratório Nacional de Biociências (LNBio). Apesar da insuficiência de recursos, a ciência brasileira mostra a que veio.
A mais recente descoberta também foi do LNBio: os pesquisadores conseguiram rastrear o caminho do vírus durante a gestação e descobriram que a malformação nervosa ocorre entre a 2ª e a 5ª semanas de gestação. O estudo foi conduzido com ratos e verificou que o vírus atrapalha o fechamento do tubo neural embrionário, o que provoca o crescimento deficitário do cérebro.
Os cientistas alertam, no entanto, que, embora não tenha sido observado malformação depois deste período, o vírus foi encontrado em embriões e fetos com mais de cinco semanas.
As descobertas feitas até aqui são importantes para o desenvolvimento de vacinas, que prevenirá a ocorrência de infecção, e de outros fármacos, como anticorpos monoclonais, capazes de prevenir a microcefalia em bebês, em caso de contaminação.
Essas importantes descobertas demonstram que o investimento em ciência e tecnologia traz resultados, embora a chegada de um produto no mercado leve tempo. Contudo, sem estudos prévios mais básicos é impossível desenvolver vacinas e medicamentos. Ciência e tecnologia custa caro, mas mais caras são as consequências de não investir nesse campo. Taí a dengue, o zika, a febre amarela…